É preciso achar motivos para sorrir. Os textos que compõem esta página, nesta edição, não são nada animadores. São dois temas bastante atuais e polêmicos. Enquanto a advogada Jaquelini Cristina de Godeis aborda a recente projeto de lei da capital paulista que previa multas para quem ajudasse moradores de rua, o ecologista José Pedro Naisser endurece as críticas com relação ao enfrentamento governamental aos incêndios no Pantanal, que continua queimando. Ela cobra, por exemplo, que políticas públicas sejam formuladas com base em dados e evidências. “É preciso um compromisso contínuo e aprofundado com a criação de políticas públicas que realmente façam a diferença. Em vez de penalizar a solidariedade, o foco deve estar em fortalecer e expandir os mecanismos de apoio e inclusão.” Já Naisser pontua falhas dos governos dos dois Mato Grosso, bem como do governo federal, citando Marina Silva em sua visita à terra arrasada. Em contraponto, reportagem da edição de ontem tratou sobre aulas de sorriso que são feitas por Keiko Kawano, no Japão. Ela usa técnicas de ioga – ou yoga, para quem preferir – para melhorar o sorriso das pessoas, com exercícios direcionados aos músculos da bochecha. Em muitos momentos ou diante de determinados temas, como os expostos, o difícil mesmo não é forçar os músculos a operarem um belo sorriso, mas sim achar motivos que o justifiquem. É um exercício e tanto abstrair da realidade e focar nas coisas boas da vida – que também são muitas. Mas realmente é necessário. Ver o lado bom das coisas e acreditar que há esperança e que tudo vai melhorar são atitudes fundamentais para viver melhor e em equilíbrio.