Sempre fora do prazo
A prorrogação por 120 dias do prazo para conclusão das obras do Centro de Saúde do Residencial Felicidade em Catanduva, com sucessivos aditamentos, é um exemplo da reincidência de um problema comum em diversas cidades brasileiras: a constante necessidade de alterar contratos no poder público, estendendo prazos e adiando a entrega de benefícios para a população. Essa prática, muitas vezes justificada por imprevistos, dificuldades técnicas ou falta de recursos, acaba gerando desconfiança e frustração nas pessoas. Afinal, obras que deveriam ter sido entregues em prazos definidos se arrastam por anos, comprometendo o acesso a serviços essenciais e o desenvolvimento local. A falta de planejamento adequado, a má gestão dos recursos e a burocracia excessiva são alguns dos fatores que contribuem para a necessidade de aditamentos contratuais. Em muitos casos, os projetos são mal elaborados, os orçamentos são subestimados e os prazos são irreais. A fiscalização deficiente e a falta de transparência também favorecem a ocorrência de aditamentos. Quando não há um acompanhamento rigoroso das obras e quando as informações sobre os contratos não são divulgadas de forma clara e acessível, fica mais difícil identificar e corrigir problemas a tempo. Em Catanduva, além do posto de saúde do Residencial Felicidade, há outros casos que chamam atenção, como a piscina do Conjunto Esportivo Anuar Pachá, o pronto atendimento no Gabriel Hernandez, a Casa da Juventude e a escola infantil do Alto da Boa Vista, só para citar alguns. Para evitar a reincidência de aditamentos contratuais, é fundamental que o poder público invista em planejamento estratégico, gestão eficiente dos recursos e transparência na execução das obras. É preciso elaborar projetos detalhados, com orçamentos realistas e prazos factíveis. É preciso fortalecer a fiscalização e garantir a participação da sociedade no acompanhamento das obras. Aditamentos precisam ser exceção e a não a regra.
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