Dá pra imaginar que, devido à suposição de que os nódulos mamários que aparecem em mulheres jovens são benignos, já que a incidência do câncer de mama nesta faixa etária ainda é considerada incomum – de cerca de 6,5%, muitas dessas mulheres acabam tendo o diagnóstico tardio da doença? A entrevista veiculada ontem com a enfermeira e pesquisadora Paola Alexandria Magalhães foi muito esclarecedora neste sentido, carregando importante alerta para que as mulheres fiquem atentas a qualquer sinal, sobretudo porque as complicações físicas e psicossociais tendem a ser maiores para esse grupo mais jovem. Isso porque elas acabam vivendo as modificações físicas ocasionadas pelo tratamento contra o câncer de mama de forma mais intensa e agressiva do que nas mulheres mais velhas, além de ter maior preocupação com seus parceiros, filhos e vida profissional. Também enfrentam preconceitos e estigmas. A especialista alertou que o fator hereditário é crucial quando o assunto é câncer de mama em mulheres jovens. Por isso tudo, ela reforça que o tema precisa de atenção diferenciada e que situações especiais devem ser levadas em consideração, como gestações futuras, sexualidade, autoimagem, relações sociais e saúde mental. Na Vox FM, Paola Magalhães ainda foi além e tocou em outro ponto muitas vezes deixado de lado: o câncer de mama também deve ser preocupação dos homens, ainda que a incidência seja pequena – na faixa de 1%. Esse alerta é providencial para o dia de hoje, 1º de novembro, em que se inicia a campanha Novembro Azul, cujo foco costuma ser a prevenção ao câncer de próstata, visando à saúde integral do homem.