Sem direcionamento
O Ministério Público do Trabalho celebrou Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com uma metalúrgica de São José do Rio Preto, pelo qual a empresa se comprometeu a encerrar a prática de assédio eleitoral. Segundo investigado pela procuradora Marina Tramonte, ficou comprovado que uma superior hierárquica deixou que um candidato a vereador da cidade entrasse nas dependências da empresa e fizesse propaganda eleitoral aos empregados por meio da distribuição de “santinhos”. No TAC, a signatária se compromete a não praticar ou permitir o assédio eleitoral, seja pela indução de manifestações político-partidárias no ambiente de trabalho ou pela participação de terceiros nas instalações da empresa para fazer campanha eleitoral. Caso descumpra o acordo extrajudicial, a empresa pagará multa de R$ 5 mil por item descumprido, além de R$ 1 mil por trabalhador prejudicado. O cumprimento do TAC, segundo o MPT, será fiscalizado durante o segundo turno das eleições no município de Rio Preto. A notícia, divulgada pelo próprio órgão federal, deve servir como alerta para muitos empresários que decidem abrir as portas de suas empresas para esse tipo de abordagem e, pior do que isso, o fazem para um único candidato ou legenda partidária. Tratar sobre política e estimular a reflexão sobre o voto é algo positivo e pode fazer parte da função social de qualquer companhia, mas o problema diante do fazer democrático é que haja direcionamento ou cerceamento de ideias e visões políticas. A pluralidade deve ser mantida e valorizada, pois é favorável para todos nós.
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