Segurança viária ou armadilha fiscal?

A implantação de novos radares nas rodovias do estado de São Paulo traz à tona a discussão sobre a eficácia e a justiça dessa ferramenta na prevenção de acidentes. Se, por um lado, os radares podem contribuir para a segurança viária, por outro, podem ser vistos como uma forma de arrecadação de recursos. Entre as vantagens do uso de radares, destaca-se a sua capacidade de reduzir a velocidade média dos veículos, o que, consequentemente, pode diminuir o número e a gravidade dos acidentes. Ao fiscalizar eletronicamente o cumprimento dos limites de velocidade, os radares inibem o comportamento imprudente dos motoristas e, de quebra, tornam as estradas mais seguras para todos. Além disso, os radares podem ser instalados em pontos estratégicos das rodovias, como curvas perigosas, áreas urbanas e trechos com grande fluxo de pedestres, onde o risco de acidentes é maior. A presença dos radares nesses locais funciona como um alerta aos motoristas sobre a necessidade de reduzir a velocidade e redobrar a atenção, evitando colisões e atropelamentos. No entanto, o uso de radares também apresenta algumas desvantagens. Uma delas é a possibilidade de que sejam utilizados como uma forma de arrecadação de recursos, em vez de uma ferramenta de segurança. A instalação de radares em locais com pouca visibilidade ou com limites de velocidade excessivamente baixos pode gerar multas injustas. Outro ponto é que a fiscalização constante e por vezes excessiva, somada à aplicação de multas, pode gerar sentimento de opressão e desconfiança, prejudicando a relação entre os cidadãos e o poder público. É importante que os radares sejam utilizados de forma transparente e justa, estando instalados em pontos que não sejam passíveis de contestação, com limites de velocidade adequados e com o objetivo de proteger a vida – e não punir os motoristas.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.