A tragédia que recaiu sobre o litoral norte de São Paulo precisa servir como divisor de águas, literalmente, para evitar que mais vidas sejam perdidas dessa forma. O crescimento desenfreado das cidades, com ocupação descontrolada das encostas e morros, precisa ter um fim. E as obras necessárias para impedir acidentes nos loteamentos já existentes precisam ser feitas, ainda que custem milhões e exijam injeção de recursos estaduais e federais, já que muito provavelmente as prefeituras não suportem tamanha demanda. Mas a questão não é afeita apenas aos municípíos que possuem morros e encostas, já que todos possuem problemas e suas particularidades, como pontos de alagamento e pessoas que ficam sob risco durante temporais. Catanduva não foge à regra. Por isso, todos os gestores públicos devem manter uma agenda rígida e contínua de investimentos em drenagem urbana, com a construção de piscinões, galerias pluviais e, claro, exigindo que o plano diretor seja respeitado e o planejamento urbano aconteça da forma como deve ser. As ações de resgate às vítimas e a postura solidária da população são importantes neste momento de tristeza e dor para tantas famílias, mas a segurança precisa estar em primeiro lugar e ser prioridade antes que qualquer perigo apareça nos radares e sem que as pessoas dependam de alertas de deslizamentos para sobreviver.