Em um ano, a Prefeitura de Catanduva obteve os alvarás de mais de 30 escolas municipais. É aquela situação que merece aplausos e repreensão. Primeiro por que mostra que houve gestão, organização de tarefas e os investimentos necessários para viabilizar a liberação dos AVCBs, os Autos de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Por outro lado, esse episódio comprova que a administração pública pode muito bem “empurrar com a barriga” situações que demandam maior urgência e atenção, debruçando-se sobre o tema somente quando a água bate no pescoço. Não fosse a cobrança veemente do Ministério Público com a ameaça de interdição temporária das unidades de ensino, provavelmente tudo estaria como sempre esteve – ou seja, as escolas continuariam sem os alvarás dos Bombeiros e com a incerteza de que os locais são de fatos seguros para crianças e funcionários. Felizmente o que se viu foi o Judiciário agindo e levando o governo municipal a tomar as providências necessárias para regularizar os prédios. Essa mesma conduta precisa ser tomada com relação aos demais próprios municipais, de forma a garantir segurança a todos os usuários e servidores públicos. Nesse pacote talvez haja edifícios antigos que precisem de cuidados ainda maiores – mas isso precisa ser feito, sem demora. Em prédios como o Paço Municipal, a UPA ou o Centro de Especialidades Médicas, por exemplo, há centenas de pessoas transitando todos os dias. Por isso, todos os riscos de acidentes precisam ser minimizados. Além do mais, a prefeitura precisa dar o exemplo, já que exige esse tipo de adequação da iniciativa privada. Não precisamos nos deparar com casos como o da boate Kiss, em Santa Maria/RS, para exigir melhorias estruturais e dos sistemas de combate ao fogo. Tudo isso precisa estar adequado, sendo fiscalizado de forma contínua para garantir segurança. Em 2024, a prefeitura fez a lição de casa, ainda que sob cobrança, e demonstrou que é possível cumprir as normas. Que seja um exemplo a ser seguido, inclusive por ela própria, ano após ano.