São nos serviços da Atenção Primária à Saúde (APS) que devem ser oferecidas à população as principais ações educativas acerca da sexualidade responsável, promoção à saúde, prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e da gravidez precoce. Nesse contexto, nove métodos contraceptivos que ajudam no planejamento familiar são ofertados pelo SUS, de forma gratuita, a essa população. Entre eles estão o anticoncepcional injetável mensal e trimestral; minipílula, pílula combinada, diafragma, pílula anticoncepcional de emergência (ou pílula do dia seguinte), dispositivo Intrauterino (DIU), preservativo feminino e preservativo masculino. Porém, há grupos específicos que exigem intervenção diferenciada, sobretudo devido à situação de vulnerabilidade em que vivem, podendo ser esta influenciada pela falta de acesso à informação e a suscetibilidade pelo próprio indivíduo ou sua capacidade de adotar comportamentos de proteção. Portanto, ao conceito ampliado de vulnerabilidade estão atrelados fatores sociais, étnicos, culturais e econômicos. Entre essas populações encontram-se os profissionais de sexo, usuários de drogas e pessoas em situação de rua. Esses estão entre os públicos-alvo da possível utilização do implante subdérmico de etenogestrel, recém-introduzido como método contraceptivo no município. Trata-se de técnica irreversível de longa duração, realizada na Atenção Básica a partir da orientação e decisão conjunta com o paciente. Vale lembrar que o planejamento familiar é um direito e deve levar em consideração o contexto de vida de cada pessoa e que todos devem tomar decisões sobre a reprodução com liberdade, sem discriminação, coerção ou violência. Assim, cabe aos profissionais de saúde compreender as expectativas das pessoas no que diz respeito à reprodução e ajudá-las a concretizarem essas expectativas, respeitando suas escolhas. Daí a importância de estarem bem preparados, diante dos protocolos público, para essa grande responsabilidade.