Saúde é coisa séria
Quando falamos em licitação, chamada pública, tomada de preços, é bem provável que muitos leitores até passem algumas linhas à frente por considerar o tema muito técnico. E realmente é. Entretanto, na maioria dos casos, o impacto que esses processos causam na vida das pessoas é real e prático, longe de qualquer teoria. A licitação que definirá a próxima gestora da área da saúde, por exemplo, não ganha muita luz no dia a dia das pessoas, provavelmente não foi tema de nenhuma roda de discussão nos últimos tempos. Mas essa contratação é crucial para a condução de toda a rede básica de saúde pública. A organização social de saúde que assumir o contrato que beira os R$ 40 milhões anuais, a exemplo do que faz o Hospital Mahatma Gandhi atualmente, deverá gerir as Unidades de Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde, NASFs, Academias da Saúde, Consultório na Rua, Farmácia Municipal, Caps II, Caps AD, Caps Infantil, CEM, Residência Terapêutica, atendimento domiciliar, CRI e a Central de Transportes. Ou seja, pelo tamanho da coisa, dá para compreender o quanto essa questão é séria e delicada? Caso eventual ganhadora tenha problemas ao conduzir os serviços, é a população que sofre de forma direta as consequências. Por isso, caso o Hospital Mahatma Gandhi continuo à frente desse contrato, será a oportunidade para a Secretaria de Saúde reforçar a fiscalização e cobrança por melhorias e para que os problemas sentidos pelos usuários sejam, enfim, sanados. É um novo período que se inicia, como uma virada de página, e as falhas de antes precisam ser superadas. Por outro lado, caso a saúde pública tenha uma nova gestora, a transição precisa ser conduzida com cautela, de forma que os colaboradores atuais recebam tudo que eles têm direito, diferente do que ocorreu em outras trocas, e que a população não seja penalizada com a mudança.
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