Santa Casa de Misericórdia
Quando Padre Albino iniciou a construção da Igreja Matriz de São Domingos e deu início às suas peregrinações pelos bairros, sítios, fazendas e localidades vizinhas, solicitando donativos, observou de perto as necessidades dos mais pobres e as dificuldades de locomoção em casos de internações médicas. Pensando nesses desfavorecidos, decidiu-se construir uma Santa Casa, ao mesmo tempo em que se seguiam as obras da igreja.
Conseguiu uma grande área de doação através do Sr. João Augusto Marrar e uma comissão organizadora foi montada, do qual, entre outros, faziam parte as seguintes pessoas: Sr. Adalberto Netto, Sr. Sílvio Salles, Dr. Georgino Coura, José de Oliveira Pinto, Dr. Francisco de Araújo Pinto, Cel. Ernesto Ramalho, Dr. Nestor Sampaio Bittencourt, Cel. José Pedro da Motta, Dr. José Prado, Joaquim Alves da Silva Figueiredo, Ramon Sanches, João Augusto Marrar.
Os tempos eram difíceis, mas a solidariedade que sempre existiu entre todos deu condições para o término das obras e a Santa Casa de Misericórdia começou a atender os seus pacientes em 11 de outubro de 1926.
Associação
Como os encargos para o funcionamento da Santa Casa seriam pesados para a administração de uma só pessoa, foi criada a Associação Beneficente de Catanduva, tendo em sua Diretoria homens de bem, como o Sr. Ricardo Lunardelli, seu 1º presidente, que tomaram como uma de suas primeiras medidas a de se adotar o nome de Hospital Padre Albino (e que não pode ser modificado) e que seus diretores nada receberiam pelo seu trabalho.
Para auxiliar, tanto no atendimento hospitalar como no atendimento de assistência humanitária e religiosa, Padre Albino solicitou a vinda de algumas irmãs de caridade da cidade de Araraquara. Em 1º de dezembro de 1930 chegavam quatro Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição: a superiora Stefânia, Reginalda, Anna e Blanca, às quais, no correr dos anos, tantas outras se juntaram no seu trabalho de doação e amor ao próximo e que até hoje colaboram nessa instituição. Logicamente, a atuação dos médicos, seguindo o mesmo espírito cristão, também foi e continua sendo fundamental para a credibilidade dos atendimentos.
Prédio
Com o passar do tempo, o prédio inicial já começava a ficar pequeno. Pacientes de toda a região vinham buscar a sua recuperação. E começaram as construções de anexos ocupando os espaços. Dentre as primeiras obras, a Capela dedicada à Imaculada Conceição, foi inaugurada em 30 de setembro de 1952, aproveitando-se o seu porão para a instalação da farmácia.
Para atender convenientemente as gestantes da cidade e região foi construído, em princípios de 1956, o prédio da Maternidade do Hospital Padre Albino, localizado na esquina das Ruas Treze de Maio com Belém. Para o atendimento de crianças, foi construído o Pavilhão Infantil (esquina das Ruas Belém e Maranhão), que começou a funcionar em 1966.
O Pavilhão Governador Laudo Natel, com subsolo, térreo e cinco andares foi iniciado em 1970, pela necessidade de se aumentar a área de atendimento, pois a chegada de pacientes de toda a região, com mais de 20 municípios, crescia dia a dia. Ao ficar pronto, foi festivamente inaugurado no dia 26 de junho de 1976, quando o hospital comemorava 50 anos de existência.
Atendimento
O interesse do Padre Albino pelos doentes era tanto, independentemente de sua condição social, econômica ou religiosa, que chegava a exigir internação, mesmo que as irmãs responsáveis pelo atendimento dissessem não haver mais vagas.
Para comprovar essa seriedade, o professor Sérgio Luiz de Paiva Bolinelli transcreveu em sua publicação “A Importância do Catolicismo na Vida Catanduvense”, um bilhete do Padre Albino, endereçado à irmã encarregada do hospital que dizia o seguinte: “Irmã, todo o doente pobre, homem, mulher e criança que procurar este hospital, deve logo ser internado em suas enfermarias, que tenha ou não receita. Se estiver muito mal, chamar logo o respectivo médico. Se não estiver, internar e deixar que o médico o veja no dia seguinte. Se for criança, no horário do Posto de Puericultura estar aberto, mandai-o lá. Se não estiver, internai-o”. (Catanduva, 20 de abril de 1967 – Padre Albino Alves da Cunha e Silva).
Missão, visão e valores
Mantendo a chama humana e acolhedora acesa por Padre Albino, o Hospital Padre Albino tem como missão “(...) promover a assistência à saúde de forma humanizada, com ênfase na média e alta complexidade, desenvolvendo o ensino e a pesquisa como sustentabilidade”; a visão de “(...) ser reconhecido como um dos melhores complexos hospitalares pela excelência na assistência, ensino e pesquisa, com uma gestão autossustentável; e tem como valores palavras como comprometimento, empreendedorismo, profissionalismo, respeito, sustentação do histórico da Fundação Padre Albino, trabalho em equipe e transparência.
Fontes:
- “A Importância do Catolicismo na Vida Catanduvense”, de autoria de Brasil Procópio de Oliveira e Sérgio Luiz de Paiva Bolinelli.
Fotos:
Foto do Hospital Padre Albino tirada no ano de 1976, na esquina das ruas Maranhão com Belém
A foto foi tirada no Hospital Padre Albino e mostra, ao centro, o Sr. Ricardo Lunardelli, no ano de 1948. Nesse dia, ele foi homenageado pela comunidade de Catanduva e um quadro com sua foto foi ali colocado, que hoje faz parte do acervo do Centro Cultural e Histórico Padre Albino
Foto tirada defronte o Hospital Padre Albino, em 1950. Estão da esquerda para a direita e de baixo para cima: 1ª fila: Dr. José Maria Coura, Ricardo Lunardelli, Bispo Dom Lafayette Libânio, Padre Albino, José Olímpio Gonçalves e Dr. Renato Bueno Netto; 2ª fila: Doutores José Rocha, Joaquim Fagundes, Antonio Barba, Alberto Cunha e Silva e Vicente Bucchianeri; 3ª fila: Irmãs Mercês, Ildefonsa, Reginalda, Maurícia e Rosa Maria; 4ª fila: Irmãs Laura, Bárbara, Francisca e Clemência
Prédio da Santa Casa de Misericórdia, hoje Hospital Padre Albino, nos anos 30. Em 1º de dezembro de 1930 chegavam quatro Irmãs Franciscanas da Imaculada Conceição para ajudar nos trabalhos: a superiora Stefânia, Reginalda, Anna e Blanca
Foto do Hospital Padre Albino no ano de 1950 retratando como era o prédio, com mureta, na rua Belém, rua com piso de paralelepípedo e a calçada de pedras portuguesas
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