Sair do virtual para o real

Talvez o passo indicado no título seja, hoje, um dos mais difíceis nas mobilizações que começam a se desenhar nas redes sociais e grupos de conversa. No passado, parece que a coisa era mais empírica, uma voz ecoava por aí dizendo que haveria manifestação em tal lugar e as pessoas simplesmente iam. Quando a mídia mostrava em tempo real, realimentava o manifesto e mais pessoas apareciam, fazendo com que aquilo tudo ganhasse força, a depender, é claro, da importância do fato em questão. De uns tempos pra cá, as coisas começaram a ser arquitetadas virtualmente para depois se tentar o passo para a vida real. O problema é que, talvez, parte das pessoas que se envolvem nas conversas iniciais tenha mais coragem ali mesmo, na internet. E nem sempre elas querem se indispor em um protesto real, com cartazes, faixas e punhos para o ar. Uma pena. Porque é na vida real que nós vivemos e é aqui, no mundo real, que as coisas precisam acontecer. Diante dos fatos políticos que visivelmente desagradaram a sociedade, é importante que as pessoas até façam bom uso da tecnologia e se organizem virtualmente, mas que uma multidão possa juntar forças e se fazer presente em frente à Câmara de Catanduva para mostrar sua insatisfação. E que isso aconteça sempre que precisar, onde for, e contra o que for. Se as autoridades vão respeitar a vontade do povo, é outra história, mas certamente aqueles que não a respeitarem também não são merecedores do respeito coletivo. Se os grupos que aparentemente se organizam para enfrentar as decisões do legislativo catanduvense vão realmente ganhar força e compor protestos reais, é esta data, 16 de maio, que mostrará.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.