Romper o silêncio
Levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) com 25 instituições financeiras mostrou que os casos de violência doméstica e familiar contra mulheres que atuam no setor bancário cresceu 10,7% em 2021 na comparação a 2020. A cada mês, 11 bancárias são agredidas de forma física, moral, patrimonial, psicológica, sexual e virtual por seus companheiros, parentes ou pessoas de seu convívio familiar.
Em dois anos de pandemia, entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2022, os bancos acolheram 273 pedidos de ajuda de colaboradoras vítimas de violência. Foram 121 casos em 2020, 134 casos em 2021 e 18 casos atendidos pelos bancos até fevereiro deste ano. Onze solicitações de transferência de localidade de trabalho a colaboradoras vítimas de violências foram atendidas pelos bancos no período.
Os números são estarrecedores por vários aspectos, mas o mais chocante é que eles devem ser ainda maiores, já que as vítimas custam a superar o medo para denunciar a violência que sofrem. De positivo na história está somente o fato de a sociedade estar se mobilizando para ajudar e intervir, de alguma forma, nessa questão, seja pela criação de canais de atendimento ou pela oferta de serviços por federações e sindicatos para que as mulheres tenham apoio jurídico e encaminhamentos necessários.
É um passo importante para que as mulheres tenham mais segurança para romper o silêncio e ajudar a colocar os agressores atrás das grades, cientes que há muita vida pela frente e que, de uma vez por todas, as coisas podem sim ser diferentes.
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