Rios e córregos canalizados
A canalização do rio São Domingos e córregos que cortam a área central da cidade parece um processo irreversível. Os investimentos feitos num passado recente mostraram resultados positivos na condução das águas, a fim de reduzir riscos de enchentes, bem como para evitar erosões, tão frequentes e devastadoras às margens dos cursos d’água.
Há pouco tempo, o tema canalização ganhou contornos políticos e motivou até mesmo uma CEI na Câmara, na gestão Macchione-Marta. Como nada ficou comprovado e o governo mudou, as coisas esfriaram. Aliás, esfriaram tanto que a Prefeitura agora se prepara para canalizar mais um trecho do rio São Domingos, desta vez entre as ruas Pará e Maranhão, e outro do córrego Minguta, entre as ruas Altair e Borborema.
Chama atenção neste último caso, inclusive, a contratação do projeto executivo da obra sem realização de licitação pela pechincha de R$ 91,2 mil. Não se discute a complexidade do estudo, claro, mas contratos de valores vultosos como esse sem processos licitatórios chamam a atenção por obviamente prejudicar a livre concorrência, quase sempre benéfica para os cofres públicos.
A qualidade do projeto será posta a prova depois, na hora da execução da obra, cuja tendência é mudar completamente o visual dos pontos da cidade alvos das intervenções. E é isso que todos esperam, sobretudo os comerciantes da baixada – que muito se preocupam com a segurança diante das cheias, muito além da questão estética do local. Cabe a nós, cidadãos, acompanharmos tudo e exigirmos respeito ao dinheiro público.
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