Os fatos dos últimos dias chocaram Catanduva. Muita gente da dita alta sociedade foi levado de camburão para a cadeia. Mas, dado todo o contexto de corrupção que tanto atrapalha o país, o ocorrido não necessariamente surpreende, não é mesmo? Para relembrar, na quinta-feira, Catanduva amanheceu com viaturas policiais e da Receita Federal percorrendo os quatro cantos em busca de provas para investigação relacionada a desvios de recursos da saúde pública, que teriam sido cometidos por diretores da Associação Mahatma Gandhi. Eles teriam formado uma organização criminosa para ganhar licitações e abriam empresas de fachadas para desviar o dinheiro público. Foram duas ações simultâneas deflagradas pelo Ministério Público de São Paulo, por meio do Gaeco, e pela Policia Federal. A varredura se estendeu a muitas localidades, mas foram efetuadas nove prisões temporárias em Catanduva, já que todos os investigados residem no município. Uma listagem com possíveis nomes circulou pelas redes sociais e muita gente também cobrou do jornal a lista oficial, mas tendo em vista o sigilo das ações e a responsabilidade ética e jornalística, tais nomes não foram publicados. Antes de mais nada, é preciso lembrar que essas pessoas têm famílias, amigos e direitos – e, sobretudo, que ainda não foram condenadas. É preciso agir com cautela e respeito ao ser humano diante de denúncias tão graves que, se confirmadas, trarão decepção a muitas pessoas que confiaram e acreditaram em tais investigados. Mas até que isso aconteça, se acontecer, é prudente que os nomes sejam preservados – ainda que, com o passar dos dias, a população confirme-os por conta própria. A diferença entre o jornalismo sério, que defendemos aqui todos os dias, e o que se tem nas redes sociais é exatamente essa: buscamos a verdade dos fatos, mas seguindo as regras do jogo.