Respirando aliviado

Dizem que a gente só precisa reforçar determinada negativa quando ainda restam dúvidas sobre o fato. Em postagem nas redes sociais, o prefeito Padre Osvaldo ratificou que “nunca se omitiu na condução ao enfrentamento do coronavírus”. Talvez, apesar da decisão da Justiça pelo arquivamento de Ação Civil Pública que tratava sobre o tema, o sacerdote tenha preferido pecar pelo excesso, afinal, não custa nada negar novamente.

A resistência em concordar com a decisão judicial talvez recaia sobre as famílias que perderam entes queridos naquele momento em que o número de casos explodiu em Catanduva, com falta de leitos nos hospitais e até mesmo na UPA.

Para quem perdeu pai, mãe, filho, parentes ou amigos queridos, é mais difícil ser convencido de que tudo transcorreu na mais perfeita ordem, quando o que se viu foi caótico.

Na visão de muitas pessoas, a administração municipal demorou a agir no mínimo que lhe competia – que era a restrição das atividades e da circulação de pessoas, antes mesmo do propriamente dito lockdown. Outros, entretanto, entendem que a suspensão das atividades foi prejudicial para a economia e que fez bem o poder público em retardar qualquer fechamento, ainda que tenha sacrificado vidas para isso.

Nessa guerra de discursos, é difícil apontar quem está certo ou errado na história, mas o que se tem de fato é que os indicadores da pandemia reduziram depois que o lockdown foi feito, de forma orquestrada, em Catanduva e região. Claro que qualquer análise sobre causas e consequências, creditando todo o mérito somente para a medida restritiva, soaria rasa. Mas, ainda assim, o que viu depois do lockdown foi a interrupção do caos e o renascer da esperança de que as coisas ao pouco melhoriariam.

Outra certeza que se tem hoje é que Padre Osvaldo se livrou da ação que, ao menos até aqui, soava como mais ameaçadora para seu governo, podendo agora seguir em frente, respirando mais aliviado.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.