Resiliência feminina

A celebração do Dia Internacional da Mulher precisa ir além dos shows e serviços de beleza em praça pública, por mais interessante que isso possa ser e por mais que atenda parcela da sociedade que nem sempre tem acesso a esse tipo de benefício. A data precisa proporcionar reflexões e avanços; é a oportunidade para as autoridades colocarem em prática aquela lei que existe só no papel ou editar norma há muito esperada em favor do público feminino. Ou lançar novo serviço para as mulheres. Afinal, há muito a se fazer. A ideia de criar o Dia da Mulher surgiu entre o final do século XIX e o início do século XX nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas feministas por melhores condições de vida e trabalho, e pelo direito ao voto. A primeira celebração deu-se a 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, seguida de manifestações e marchas em outros países europeus nos anos seguintes. Na década de 1970, o ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março foi adotado como o Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, tendo como objetivo lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, econômicas ou políticas. Na atualidade, a celebração adquiriu caráter mais festivo e comercial, com algumas variações. Nos Estados Unidos, por exemplo, o 8 de Março costuma ter comícios, conferências e eventos de negócios nas capitais, reunindo lideranças femininas. Na Romênia, a data é celebrada de forma parecida com o Dia das Mães, dando um motivo para as pessoas, particularmente homens, reconhecerem suas mães, avós, e amigas, entregando-lhes cartões e flores. Já na Rússia, a data é feriado oficial desde 1918, sendo marcada pela entrega de presentes. Na China, por sua vez, as empresas são estimuladas a darem folga parcial às mulheres. Na Austrália, os painéis de discussão e eventos com lideranças femininas prevalecem, algo parecido com o que se vê no Reino Unido, com o festival Women of the World. Enfim, seja como for o estilo da comemoração, o importante é avançar da teoria para a prática, da discussão para a concretude, das aspirações para a realidade, do embate para a igualdade.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.