Repercussão digital

As reportagens da edição de domingo que trouxeram o filme Barbie como tema causaram repercussão nas redes sociais. Estão entre as mais visualizadas dos últimos dias e tal fato chega a ser incrível, reconhecemos. Ao ler os comentários, é possível ver enfrentamentos de todos os tipos entre os leitores, que levaram a discussão para o campo da política – e debater política, convenhamos, tende a acabar em briga. Apesar de o longa ser uma produção de Hollywood, teve quem tenha enxergado “traços da esquerda” e, daí, surgiram trocas de insultos e acusações contra Lula e Bolsonaro. Também houve espaço para piadas de gosto duvidoso, que flertam com o machismo e a homofobia, e críticas diretas ao fato de o filme ser feminista. O cenário verificado expõe um pouco de como a sociedade funciona, é um microcosmo, e mostra que os comportamentos de intolerância e desrespeito se avolumam. Se um grande público – e, leia-se, é grande mesmo – optou por assistir ao filme, seja pelas lembranças que a famosa boneca trazem, pelo marketing pesado que ele carregou, para apresentar a Barbie aos filhos, simplesmente por lazer e diversão ou seja lá por qual motivo for, que mal tem isso e o que as outras pessoas que não foram têm a ver com isso, exatamente? Por que o movimento cor-de-rosa, que foi inclusive aproveitado por políticos, instituições, comerciantes e muita gente que viu essa onda como oportunidade, causou tanto incômodo em quem, livremente, optou por não assistir ao filme? Quem gosta, se veste de rosa, quem não quer, não se veste. Também não é preciso vestir rosa para assistir ao filme. E ainda é possível vestir rosa e não ver o filme. Por que brigamos e nos desgastamos tanto? A maioria das produções culturais traz consigo o olhar do autor e mensagens que são transmitidas ao espectador. No caso, Barbie pode ser um filme feminista ou demonstrar a independência feminina. Mas também pode ser apenas uma opção de lazer e diversão, para quem gosta da temática. Para os demais, há outros filmes em cartaz.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.