Relações estremecidas
O confronto entre Executivo e Legislativo volta a se acirrar em Catanduva. Dois gestores da Prefeitura, a secretária de Educação e o chefe de Gabinete, decidiram ir à Justiça para denunciar supostos crimes cometidos pelos vereadores, na linha da injúria e difamação.
No primeiro caso, a educadora se sentiu ofendida por críticas feitas pelos parlamentares em transmissões ao vivo realizadas durante fiscalização em escolas. Alguns comentários até foram jocosos e irônicos, é verdade, mas o Ministério Público entendeu que não cabe apuração criminal.
No caso seguinte, o chefe de Gabinete foi questionado de forma direta durante sua participação na sessão da Câmara, na tribuna, sobre suposto caso amoroso, leia-se extraconjugal. A pergunta não caiu bem.
Se os vereadores avançaram ou não seus limites e independentemente da decisão da Justiça sobre tais fatos, o que fica explícito é que a relação – esta sim, nada amorosa – entre Prefeitura e Câmara voltou a azedar.
O problema, numa análise um pouco mais profunda, é que já vimos esse filme antes, ou uma série com vários episódios e direito até a cassação de prefeito, e o desfecho é sempre negativo para a cidade. É a famosa briga política que de nada serve para a vida do cidadão, ao contrário, acarreta prejuízos diante do atraso causado ao município.
Enquanto outras cidades prosperam, Catanduva fica assistindo seus governantes, de tempos em tempos, enfrentando-se, acusando uns aos outros, ocupados consigo mesmos e seus egos, sem olhar para o que realmente interessa: o desenvolvimento e os interesses da coletividade.
Autor