Regularização infinita
Vez ou outra a história de regularização de imóveis da região do Jardim Alpino, leia-se Zé Povão e Alpininho, vem à tona. O assunto é sempre gancho para divulgação do poder público dizendo que nova etapa foi superada, que o trabalho está rendendo resultados, mas a verdade é que os moradores, estão lá desde o governo do ex-prefeito José Alfredo, nos anos 1980, há muito esperam pela oportunidade de terem acesso às escrituras de seus imóveis.
A burocracia é tamanha que a situação envolve até mesmo um programa estadual, que leva o nome de Cidade Legal, dedicado exclusivamente às regularizações de loteamentos. Esse programa, aliás, cruza mandatos e gerações, talvez cumprindo seu papel – ou talvez nem tanto, pois acaba sendo até mesmo difícil acreditar que os avanços estão acontecendo.
Deveria existir uma sistemática mais facilitada para que as coisas se desenrolem, afinal, é bem provável que quando as coisas estivirem próximo de sair para determinado imóvel, o proprietário venha a falecer, fazendo com que todo o trabalho escorra pelo ralo diante das demandas de inventário e tudo mais. Tem quem nem tenha descendentes.
Tem mais: e aqueles que passaram a casa pra frente? Em contratos de gaveta? E os que desistiram de esperar? O tempo passa e o rolo dos documentos só aumenta. É chegada a hora de superar vírgulas, exclamações e interrogações, e chegar ao ponto final.
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