O resultado do mapeamento feito pela Secretaria da Educação de São Paulo e o Instituto Ayrton Senna precisa ser valorizado por autoridades e gestores das áreas de saúde e educação. É necessário se debruçar sobre ele e buscar formas de apoiar e auxiliar nossos jovens. Conforme o estudo, dois de cada três estudantes do 5º e 9º ano do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio da Rede Estadual relatam sintomas de depressão e ansiedade. A pesquisa envolveu 642 mil alunos, revelando reflexo cruel da pandemia do coronavírus.

O foco da abordagem foi sobre as chamadas competências socioemocionais, características pessoais que se manifestam nas formas de sentir, pensar e agir ao se relacionar consigo mesmo, com os outros e com as situações para estabelecer e atingir objetivos. Se não houver atenção para esse tipo de consequência do período pandêmico, fingiremos que tudo ficou no passado e que podemos seguir em frente, apesar de todo o sofrimento vivenciado e das milhares de mortes que enfrentamos. Não é assim que deve ser.

O peso de tudo que aconteceu recai de diferentes formas sobre cada pessoa e muitas delas não conseguem lidar sozinhas com tais fatos. Não são capazes de tocar a vida como se nada tivesse ocorrido. Elas precisam de ajuda, apoio psicológico e familiar, e até mesmo médico, pois ainda há muitos sintomas que continuam atordoando os pacientes no pós-Covid.

Sim, precisamos reagir, deixar as máscaras de lado, recuperar a economia e viver, mas sem esquecer aqueles que perderam suas vidas e tampouco deixar os feridos da batalha para trás.