Reféns do agro
O sobe e desce do emprego na região está atrelado ao desempenho do agronegócio. Apesar da mecanização dos canaviais, ainda é visível que os períodos de início e término de safra impõem reflexos aos indicadores do mercado de trabalho. É compreensível, mas ao menos as principais cidades precisariam se desvencilhar dessa realidade, com fortalecimento dos demais setores, sobretudo o industrial, que tende a gerar grande número de empregos. Catanduva, por exemplo, tem historicamente o setor de serviços como carro-chefe, apesar de a construção civil ter prevalecido no mês de janeiro. A indústria, por sua vez, sem entressafras, dificilmente aparece como expoente, já que suas contratações e demissões quase são equivalentes, resultando em crescimento tímido. No caso de Novo Horizonte, que liderou o ranking do emprego no mês de janeiro, a dependência com relação ao agro é ainda mais nítida, o que também pode ser visto facilmente quando o assunto é exportação – já que o açúcar representa quase 100% do que a cidade vende para o mercado externo. As duas cidades são referências regionais e precisam ampliar seus parques industriais para, desse modo, fortalecer comércio e serviços, buscando crescimento real e contínuo. A importância do agro é inegável para toda a região, mas a aposta só nessa vertente acaba por deixar todas as localidades à mercê das intempéries do próprio mercado em questão, sacrificando inclusive os trabalhadores que não se encaixam nessa área de atuação e que, diante das divulgações mensais dos números do emprego, criticam o fato de não haver emprego disponível, de fato, na região. Eles estão corretos e isso precisa mudar.
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