Realidade alarmante da violência sexual

A nova edição do Índice de Exposição aos Crimes Violentos (IECV), estudo promovido pelo Instituto Sou da Paz, calculou a exposição aos crimes violentos em diversas cidades do estado de São Paulo nos anos de 2021 e 2022. Segundo o IECV, Catanduva teve aumento de 46,6% no índice verificado nesse período de tempo. O que merece destaque nessa história, além do crescimento dos indicadores, é que o município apresentou o pior resultado no item “dignidade sexual”, como possível reflexo do alto número de estupros e outros atos de violência sexual. Isso faz refletir que, no dia a dia, os crimes contra o patrimônio, como furtos e roubos, costumam chamar mais atenção e até mobilizar ações policiais, ao passo que os assédios e estupros ficam quase que escondidos. É sabido que Catanduva tem, também, números preocupantes na violência doméstica – inclusive já abordamos neste espaço a grande quantidade de processos judiciais relacionados à Lei Maria da Penha. Ou seja, ao somar estupros e a violência cometida dentro de casa temos quadro preocupante de agressões contra as mulheres que precisa, este sim, mobilizar as autoridades no sentido de oferecer segurança e coibir esses crimes. A criação da Casa-Abrigo para mulheres vítimas de violência é um primeiro-passo neste sentido, mas faltam ações específicas que tenham como foco a prisão de potenciais estupradores. Isso talvez seja possível a partir da proteção e acolhimento às vítimas e da investigação policial para localizar tais criminosos. Eles precisam se sentir diariamente acuados e sob risco de serem pegos pelos policiais, assim como fazem com suas vítimas. Presos, tendem a ser sentenciados pelo Tribunal do Crime, já que criminoso algum tolera seu tipo de conduta contra as mulheres.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.