Rastro de destruição

O período de estiagem no interior de São Paulo, infelizmente, é marcado por aumento alarmante no número de queimadas, muitas delas criminosas ou resultado do descuido das pessoas. Essa triste realidade acarreta consequências devastadoras tanto para as áreas de cultivo quanto para a saúde da população. No agro, os incêndios destroem plantações, pastagens e matas ciliares, comprometendo a produção agrícola e pecuária. O fogo destrói a matéria orgânica do solo, reduzindo sua fertilidade e capacidade de retenção de água. Por mais que se diga que usinas ateiam fogo por iniciativa própria, a ação seria contraditória em tempos de colheita mecanizada. Em áreas naturais, a fumaça e as cinzas poluem o ar e a água, prejudicando a qualidade dos alimentos e a saúde dos animais, podendo causar perda de biodiversidade, com a destruição de habitats naturais e a morte de animais silvestres. A recuperação dessas áreas degradadas é um processo lento e custoso, que exige investimentos em reflorestamento e conservação. Na saúde, os incêndios provocam aumento de doenças respiratórias, como asma, bronquite e pneumonia. A fumaça e as partículas finas irritam as vias aéreas, causando tosse, falta de ar e dificuldade para respirar. Crianças, idosos e pessoas com doenças preexistentes são os mais vulneráveis aos efeitos da poluição do ar. Além disso, os incêndios podem causar queimaduras, intoxicações e outros traumas físicos já que o combate ao fogo expõe os bombeiros e outros profissionais a riscos elevados, como acidentes, desidratação e exaustão. A população em geral também pode ser afetada por acidentes relacionados aos incêndios, como explosões e desabamentos na área urbana. É fundamental que a sociedade se mobilize para combater os incêndios. As autoridades devem intensificar a fiscalização, punir os responsáveis por crimes ambientais e conscientizar a comunidade sobre os riscos do fogo. Não se pode baixar a guarda, nem mesmo com a chuva desta segunda-feira. A prevenção é a melhor forma de proteger o meio ambiente e a saúde de todos.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.