Quincy

Produtor musical, compositor de músicas pop e de trilhas sonoras de cinema, empresário e arranjador, Quincy Jones (1933-2024) foi nome fundamental do cenário artístico americano das décadas de 60 a 80. Venceu 79 Grammys, o ‘Oscar da música’, produziu álbuns famosos, como ‘Thriller’, de Michael Jackson, e foi o mentor por trás da canção/manifesto contra a fome "We are the world", em 1985. Em 2018, já com 85 anos, sua filha e atriz Rashida Jones (que teve com também atriz Peggy Lipton, já falecida), escreveu e dirigiu esse maravilhoso documentário, ao lado do parceiro de trabalho Alan Hicks. Rashida fez um filme-memória emocionante, que revê a notável trajetória de Quincy não só na música como no ativismo social, especificamente na luta contra o preconceito racial, o que colaborou para a reformulação da indústria musical dos EUA a partir dos anos 60.

No doc, nomes importantes da música, como Lionel Richie, Jay-Z, Tony Bennett, Beyoncé, Lady Gaga e Bono, relembram a relação e a influência de Quincy. E entrevistas antigas e recentes e shows dele pelo mundo afora são trazidas para a tela para compor o retrato daquele menino simples de Illinois, mas já prematuro na música, que se tornou arranjador de Miles Davis, Frank Sinatra e Ella Fitzgerald, alcançando depois o topo da parada de sucesso com músicas como ‘Ai no corrida’. Quincy era uma figura autentica e combativa, e o filme deixa isso claro. Recomendo conhecerem o longa, da Netflix.

PS - Logo após a morte de Quincy, no dia 03 de novembro, recebeu homenagem póstuma do Oscar, com um prêmio honorário – em vida, ele recebeu sete indicações ao Oscar, entre trilhas sonoras e canção, e, pouca gente lembra, produziu junto de Steven Spielberg o filme ‘A cor púrpura’ (1985).

 

Quincy (Idem). EUA, 2018, 124 min. Documentário. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Alan Hicks e Rashida Jones. Distribuição: Netflix

Autor

Felipe Brida
Jornalista e Crítico de Cinema. Professor de Comunicação e Artes no Imes, Fatec e Senac Catanduva