Quem gasta mais
O embate entre os poderes Legislativo e Executivo de Catanduva parecer não ter mais fim. O que parecia ser uma crise específica de um governo, que culminou com a cassação do ex-prefeito Afonso Macchione Neto, hoje transpassa gestões. A troca de acusações de maneira pública, com uso das redes sociais, mostra que o clima não é nada amigável e que o ano eleitoral pode ser um agravante nesse relacionamento. Que a Câmara elevou suas despesas de maneira acentuada no ano passado e neste ano é incontestável, os números estão aí para provar. Daí surgiu o debate sobre a devolução de valores ao Executivo – se isso pode ou não ser feito, pois era prática comum dos ex-presidentes. A questão central, entretanto, não deveria ser essa. A pergunta-chave é se todo esse montante é realmente necessário para a Câmara de Vereadores e, a partir disso, o que será feito com mais de R$ 22 milhões este ano, já que a Casa de Leis há anos se mantém com bem menos da metade. Sendo tal demanda justificável, o que o tempo mostrará, os próximos gestores públicos deverão regular seus investimentos levando em conta o duodécimo da Câmara nesse patamar. Assim como precisarão encarar o crescimento das despesas fixas da própria Prefeitura, que é outra realidade neste atual mandato. Seja a partir das melhorias salariais para o funcionalismo público, como por serviços e empreendimentos que exigem custeio mensal e foram ou serão adicionados à estrutura da máquina pública, todo esse caldo poderá resultar na diminuição da capacidade de investimento do município como um todo, exigindo, quem sabe, medidas de contenção e austeridade impopulares que poucos gestores vão querer adotar. Nesse cabo-de-guerra, a população precisa ficar atenta para não ser a única prejudicada da história.
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