Quanto vale uma vida?
A pandemia consumiu R$ 16 milhões em recursos da saúde em Catanduva. Noticiamos na edição de ontem, mas vale refletir um pouco mais sobre o tema. Afinal, esse valor é muito ou é pouco para o combate que travamos com o tal vírus?
O fato de o município já ter gastado mais do que recebeu em verbas estaduais e federais específicas para a Covid-19 demonstra descontrole ou responsabilidade em complementar a demanda necessária com recursos próprios?
Diante de outros municípios, Catanduva recebeu dinheiro suficiente ou faltou força política para conseguir mais grana e, quiçá, mais leitos nos hospitais? Só para constar, Barretos, que tem população semelhante, recebeu mais de R$ 80 milhões no mesmo período.
São questões que causam debate e de difíceis respostas, pois provavelmente cada leitor terá uma visão sobre o assunto. Outro ponto a ser analisado é se os investimentos foram eficazes, à medida que, em determinados momentos da pandemia houve longas filas e pessoas morrendo na UPA por falta de leitos, sem contar todo aquele movimento pró-lockdown, inclusive com envolvimento do Judiciário, na fase em que eram vários óbitos por dia.
Pra quem não lembra desse enredo, a Prefeitura acabou por decretar o fechamento das atividades de forma forçada, após ação do Ministério Público. Hoje, passados quase dois anos desde o início da pandemia, mesmo com todo o volume financeiro gasto, a cidade soma 713 óbitos para a doença e, para cada essas pessoas e seus familiares, certamente não há dinheiro no mundo que pague as vidas perdidas.
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