Quando um poeta se vai...

Quando um poeta deixa a matéria, a cultura toda perde. Perde-se em poesia, em alegria, em luz e harmonia. Encerra-se uma voz que encanta almas, que leva aos corações mais aflitos a felicidade que por vezes passa despercebida.

Quando um poeta se vai, o céu se torna mais cinza, o dia mais longo e lamurioso. O vento sopra sussurrante a tristeza que alcança os corações dos mais próximos.

Quando um poeta se vai, leva consigo sorrisos, lágrimas, orações e súplicas, leva versos nunca escritos, rimas jamais feitas, versos diversos e a primazia da arte. Quando um poeta se vai, certamente o mundo fica um pouco mais triste, pois nas entrelinhas da poesia, há vida, há a força que revigora àqueles antes desencantados.

Quando um poeta retorna à pátria espiritual, os céus se tornam mais azuis, as estrelas cintilam uma luz de tamanha intensidade que ofusca os olhos desavisados. Irmãos de outrora recebem em glória o filho que retorna.

Quanto um poeta desencarna, embora a tristeza dos que ficam seja intensa, será eterno em cada palavra dita, em cada verso escrito, em cada coração que vibrou e vibra nas linhas da poesia da vida e certamente, inspirará outros que, afins, poetarão graças aos poemas eternos que permanecem em nossas almas.

Que Deus permita que tua obra inspire mais e mais almas e que ai, junto ao mundo maior, verseje junto aos nossos irmãos da vida eterna. Descanse em paz Jara!

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva