De alguns anos para cá, indiscriminada e desenfreadamente, houve uma crescente, quase homeostática estupidez humana. O bradar de informações falsas, desinteligentes, que antes era tido como vergonhoso, tomou proporções em que, aqueles que o fazem, coadunam-se em grupos especializados em tal fazer.

Cooptaram a capacidade cognitiva a tal ponto, que necessariamente, uma falácia deve ser enviada de forma massiva, como se fosse um estranho prazer que precisa ser sentido, nem que para isso, abandone-se a necessidade de uma reflexão crítica sobre a veracidade daquilo que lhe é enviado. O pior de tudo é que pesquisas apontam que fake news são reproduzidas 70% mais rápidas do que notícias verídicas. O mais triste de tudo, que muitos desses que alienaram a capacidade de pensar, são os mesmos que, saudosamente, falam as pesarosas palavras “no meu tempo era diferente”, “na minha época, não tinha esse mimimi, essa frescura”, e na maioria das vezes, tal fala vem associada a um comportamento criminoso, que atualmente está sendo combatido com mais vigor.

Entendo que as mudanças são difíceis de enfrentar, mas elas são necessárias e urgentes, agora, mais do que nunca, urge o tempo em que a sociedade não pode mais amparar pessoas que não conseguem acompanhar as mudanças tão urgentes. Não é mais cabível, em 2024, que, pessoas com irrestrito acesso à internet, veículos de informação, a banco de dados de pesquisa, ainda se valham de uma pretensa liberdade de expressão para mandar uma enxurrada de mentiras, ou ainda, de comportarem-se criminosamente, a titulo de uma neurose saudosista.

É preciso enfrentamento comum para que a sociedade evolua como um todo e se transforme em um espaço saudável para convívio, para isso, antigas crenças e valores deturpados precisam ser extinguidos o quanto antes, até para que as gerações vindouras, possam estar amparadas em um espaço social sem que tenham que se preocupar com suas crenças, opções sexuais, etnia, bem como, sem ter a necessidade de averiguar se nessa torrente de informações, há mentiras falaciosas, que tal como erva daninha, ainda pipocam nos dias de hoje.

Refletir está além daquilo que concebemos, é descentrar-se e analisar diferentes pontos de vista, diferentes ideias e valores. Saiamos desse egocentrismo pueril o quanto antes.