A prisão em Catanduva de um líder de organização criminosa especializada em receptação de veículos e lavagem de dinheiro, durante a Operação Elo Quebrado, tema de reportagem desta edição, a recente prisão de quadrilha responsável por série de roubos a residências na região, servem como alerta preocupante sobre o avanço da criminalidade para o interior do estado. O que antes era um problema concentrado nas grandes metrópoles, agora se espalha por cidades menores, onde, teoricamente, as forças policiais estariam menos preparadas para lidar com quadrilhas e grupos criminosos fortemente armados. Coincidentemente, os dois casos envolvem as cidades de Catanduva e Barretos e mostram atuação importante da Polícia Civil, no caso mais atual, e operação conduzida pelo Baep, no fato anterior. Em ambos, a resposta foi dada à altura. De qualquer forma, é preciso observar que a migração da criminalidade para o interior é um fenômeno complexo, impulsionado por diversos fatores, como a busca por novos mercados e a maior facilidade de atuação em áreas com menor densidade populacional. No entanto, essa expansão representa grave risco para a segurança pública, com o aumento da violência, do tráfico de drogas e de outros crimes. É fundamental que governantes e autoridades da área de segurança fiquem atentos aos registros e tomem medidas de enfrentamento. É preciso investir em inteligência policial, fortalecer as forças de segurança do interior, aumentar o policiamento nas áreas de fronteira e combater a corrupção, que muitas vezes facilita a atuação das organizações criminosas. Além disso, é importante fortalecer a parceria entre as forças de segurança e a sociedade civil, com a criação de conselhos comunitários de segurança e o incentivo à denúncia de crimes. A segurança pública é um dever do Estado, mas também uma responsabilidade de todos. A reação precisa ser rápida, coordenada e eficaz.