Punir quem merece e tomar medidas contínuas

O medo sempre prega suas peças. Faz com que vejamos monstros maiores do que realmente são. Cria muros que não existem, barreiras invisíveis que causam temor e sensação de impotência. Surgem barulhos e imagens improváveis, e até pensamentos absurdos. Quando é muito medo, tem-se o pavor. Medo em um dicionário qualquer: sentimento de inquietação perante um eventual perigo. Como exemplo, basta recuperar episódio ocorrido no já distante ano de 2006. Naquele período, ataques do PCC, o Primeiro Comando da Capital, uma organização criminosa paulista, fizeram com que todo o estado adotasse um “toque de recolher” oficial. Os estabelecimentos comerciais fecharam suas portas mais cedo e os ônibus pararam de circular. É interessante recuperar tal episódio porque ele demonstra outro reflexo do medo excessivo: o pânico. Pior ainda quando isso ocorre de maneira coletiva, tomando conta do sentimento de todos, pois foi bem isso que aconteceu naquela situação. Não se tratava de um pânico qualquer – mas de uma histeria. A sensação das pessoas era como se uma bomba fosse cair sobre os prédios a qualquer momento. E até poderia mesmo, mas não na proporção imaginada. A diferença daquele fato com o que estamos vivenciando hoje, diante da onda de ameaças às escolas por todo o país, talvez seja a existência das redes sociais. O que se sabia de concreto em 2006 vinha da imprensa ou do boca a boca. Para este último, nem sempre se dava crédito. Hoje, está bem mais difícil controlar o que circula nas páginas virtuais, mas, apesar disso, muita gente confia no que está sendo escrito. Uma pessoa posta, outras compartilham, todo mundo se torna responsável pela informação falsa, mas nem sempre há punição. Por outro lado, quando os pais se deparam com esse tipo de conteúdo, surge o temor, justamente por não saber qual a verdade dos fatos. Será somente mais um viral da internet ou há algum fundo de verdade nisso? Na dúvida, melhor deixar os filhos em casa. É isso o que vem acontecendo. As autoridades, das áreas de segurança e educação, ficam agindo como podem para conter esse alarmismo, ao mesmo tempo que as escolas, sobretudo as particulares, se reforçam até onde conseguem. Precisamos superar esse momento de preocupação extrema, punir quem agir com irresponsabilidade e, sobretudo, tomar medidas contínuas para que nada disso se repita.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.