Psicologia e Saúde Mental
Na próxima terça dia 27 de agosto comemoramos o dia do psicólogo, uma profissão complexa, abrangente e que necessita cada vez mais ser pensada como uma área que ao mesmo tempo que requer muito estudo e seriedade, alguns prérequisitos são necessários.
Um psicólogo é um profissional que estuda a mente, a saúde mental e que ajuda as pessoas a lidarem com seus problemas emocionais, tratando questões internas que refletem no dia a dia do paciente, ajudando-o a superar situações difíceis.
Além de muitas áreas e abordagens, o principal eixo em comum é manter o sigilo se abstendo de participar da vida social do paciente, sobretudo estando consciente que não publicar resultados é um aspecto essencial do tratamento, arcabouço da profissão uma vez que as dificuldades e vitorias vividas que são confidenciados durante o tratamento deverão ficar no âmbito da sessão.
Mesmo quando o tratamento é realizado com grupos ou implica um resultado específico, como por exemplo, o paciente passar num concurso ou atingir uma meta expressiva, o sigilo deve ser mantido e seguido a risca. Fotos, postagens, comemorações devem ficar no âmbito da vida pessoal do paciente com sua comunidade, e o lugar onde um psicólogo pode se pronunciar é com relação a forma de trabalhar da psicologia, aspectos da profissão, abordagem, mas nunca mostrando resultados que envolvam nomes e fotos de pacientes. E mesmo quando o paciente deseja fazer um agradecimento ou falar quem o tratou, ainda sim o psicólogo deve se abster de aparecer.
O maior feito de um psicólogo é ver o crescimento do paciente, o contato dele consigo próprio e o descobrir-se a partir de sua dor, angústia, bloqueios, sendo sentido em seu próprio tratamento a partir dele mesmo uma vez que o tratamento é dele e não estamos ali para dar “conselhos”, mas para que ele se redescubra a partir de suas dificuldades, sobretudo a partir de um lugar muitas vezes incômodo que o fez procurar ajuda para saber sobre si mesmo.
No lugar da escuta, vivemos com ele cenas de sua própria vida a partir do que ele traz em sessão, ajudando-o a pensar novas formas de vivencia que facilite ele enfrentar melhor as situações que se apresentam em sua vida.
O psicólogo escuta, acolhe, vivencia junto a dor, tendo presente que a vida é do paciente, as escolhas, o tempo, e o resultado também.
Por isto, para manter o sigilo e oferecer um trabalho de qualidade que independe de ter um resultado positivo ou não, ficamos na retaguarda, no lugar de ouvintes, anônimos, desejando que ele descubra outras maneiras de viver que o faça estar mais próximo dele mesmo aprendendo a se escutar, entendendo seu funcionamento e sabendo mais sobre si mesmo, desejando se atender.
Em qualquer lugar ou abordagem que estejamos trabalhando, estará a nossa frente um paciente ou grupo com histórias pessoais, dores, situações difíceis, e por respeito e profissionalismo, guardamos suas histórias e nos mantemos no anonimato.
O código de ética do psicólogo estabelece o sigilo como um dever a fim de proteger a intimidade do paciente, de grupos ou organizações que tivemos acesso através do exercício profissional, e será sempre o lugar de oferecer ao paciente a possibilidade dele se escutar para que possa saber onde quer e pode chegar, buscando qualidade de vida e saúde mental, e para que isto ocorra, é necessário que ele acesse os desconhecidos que habitam dentro dele.
Música “What The World Needs New” com Cat Power.
Foto do acervo @auguri_humanamente ©
Autor