Psicofobia

O estigma em torno da saúde mental pode impedir as pessoas de buscar ajuda ou de divulgar suas dificuldades, levando a um acesso limitado a cuidados de saúde adequados.

Durante séculos, as pessoas neurodivergentes foram vítimas de julgamentos morais, confinamento e violência. A história da saúde mental está manchada pela trágica realidade de como indivíduos com transtornos mentais foram tratados ao longo do tempo. No entanto, é fundamental reconhecer que a noção de "normalidade" é uma construção social e histórica, e que ninguém se encaixa perfeitamente nesse ideal.

A cultura, ao longo dos anos, contribuiu para a perpetuação do estigma em relação aos transtornos mentais. Estereótipos prejudiciais foram difundidos, retratando aqueles que sofrem de problemas de saúde mental como fracos, perigosos ou inaptos para participar plenamente da sociedade. Essas visões distorcidas levaram à marginalização e à falta de apoio para aqueles que mais precisam.

No entanto, é importante notar que o cenário está mudando. O sofrimento emocional, que por tanto tempo foi relegado às sombras da sociedade, agora está se tornando um aspecto mais aceito e visível da diversidade humana. Com o advento das redes sociais e a democratização da comunicação através da internet, as pessoas estão se sentindo mais capacitadas a compartilhar suas experiências e desafios relacionados à saúde mental. Ao vermos pessoas reais, com quem podemos nos identificar, falando abertamente sobre suas lutas e triunfos, somos confrontados com a realidade de que os transtornos mentais afetam pessoas comuns em todo o mundo, desafiando os estereótipos prejudiciais.

Apesar dos avanços significativos, ainda há muito trabalho a ser feito. Ao reconhecer e confrontar a psicofobia, podemos criar um mundo onde todas as pessoas sejam valorizadas e apoiadas em sua jornada em direção ao bem-estar emocional. É hora de abraçar uma visão mais empática e compassiva da diversidade humana.

Autor

Ivete Marques de Oliveira
Psicóloga clínica, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Famerp