Protestos populares
Catanduva não tem grande histórico de mobilizações populares. Mostram os registros que houve uma manifestação na Estação Ferroviária em 1919, que acabou sendo incendiada na tentativa de chamar a atenção do governo estadual. Essa foi, incomparavelmente, a maior delas. Outras ações pipocaram ao longo dos anos, mostrando descontentamento com situações diversas ou reivindicando algo. No ano de 2013, por exemplo, o decreto do governador de São Paulo que determinou a desapropriação de uma área em Catanduva para a construção de uma unidade prisional causou medo na cidade. A população temia pelo aumento da violência. Comerciantes fecharam as portas em sinal de protesto e as pessoas lotaram a Praça da República para participar de um ato ecumênico organizado por entidades, empresários e igrejas. O movimento surtiu efeito. Dois anos depois, mobilização feita pelo Simcat, em frente ao Paço Municipal mostrava o descontentamento dos servidores públicos com a forma com que a prefeitura conduzia a negociação do dissídio da categoria: o prefeito prometeu, mas depois voltou atrás. O caso seria resolvido no judiciário anos mais tarde. Em 2018, líderes políticos e moradores reuniram-se em cima do viaduto da rua 7 de Setembro para protestar contra a retirada daquela passagem, como proposto à época pela administração municipal. Eles diziam que a possível demolição causaria problemas para o eixo comercial existente naquela via e suas travessas. Como o pontilhão está lá até hoje, é nítido que o movimento foi bem-sucedido. Outra mobilização popular parece surgir agora, com carros de som circulando pelas ruas chamando os moradores para protestarem em frente à Câmara e com distribuição de panfletos na madrugada contra o aumento do número de cadeiras do Legislativo e dos subsídios dos agentes políticos, em índice bem acima de qualquer patamar aceitável. O desfecho ainda não pode ser previsto, mas os nomes dos políticos envolvidos nessa história talvez sejam lembrados para sempre.
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