É estarrecedor que Catanduva registre até 40 casos relacionados à violência doméstica ou familiar em um único mês. O suplanta e muito o número de roubos. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, foram 30 ações criminosas do tipo: média de 5 ao mês. A estatística foi revelada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, que elaborou projeto de lei para criar a campanha Agosto Lilás, em conjunto com a vereadora Taise Braz. O objetivo é aproveitar qualquer oportunidade para abordar a temática e, de alguma forma, conscientizar sobre a seriedade dessa questão e contribuir com a proteção à mulher. A proposta deve ser aprovada em segunda discussão na sessão desta terça-feira, seguindo para a sanção do prefeito Padre Osvaldo. A partir daí, não dá para saber qual será o desfecho, já que vários outros projetos da mesma parlamentar e também de outros autores que se relacionavam à violência contra a mulher foram vetados pelo chefe do Executivo, ainda que um ou outro tenha prosperado. Talvez o ponto de maior relevância seja o trabalho na área da educação, com meninos e meninas, de forma a criarmos uma geração mais respeitosa e consciente. Afinal, é muito mais complexo lidar com os agressores que já existem por aí – muitos dos quais permanecerão ocultos por uma vida toda, devido ao medo que as próprias mulheres têm em denunciá-los. O caminho, neste caso, é fazer com que a vítima se sinta segura em mudar sua realidade a partir da denúncia na Delegacia da Defesa da Mulher, pelo telefone 190 da Polícia Militar ou mesmo pela Central de Atendimento à Mulher, que atende pelo 180. E, claro, fazendo com que esses canais funcionem de maneira efetiva para proteger a mulher e seus filhos, afastando-a do ex-companheiro para sempre.