Presunção falaciosa

 

Não é nova a estratégia de bradar slogans para tentar motivar este ou aquele grupo a favor de uma determinada bandeira, seja política, comercial ou qualquer outra proposta que seja crível tal ímpeto. Tão velha quanto é saber que, muitas vezes, estes slogans não condizem exatamente com a realidade ou com a proposta envolvida, ou seja, bramir algo tem mais a ver com o convencimento de uma massa do que agir diretamente com a verdade. Aqui posso fazer um paralelo com muitos slogans políticos usado ao longo das décadas no Brasil. 

Ao que parece, não parece ser necessário ser honesto, ético para com a verdade, mais sim, ter o poder do convencimento das massas para tornar verídica tais afirmações, jogando uma cortina de fumaça para justificar a ingerência, a incapacidade e talvez, a irresponsabilidade de não agir de forma coadunada ao que se vocifera em plenos pulmões e na atual situação, por meio das mais diversas mídias sociais. 

Existe uma frase que tem uma origem podre, nascida na Alemanha nazista que traz um peso ainda maior ao fato de massificarmos algo que não temos a real intenção de cumprir ou então, de julgar tolos aqueles que se enviesaram à causa. A frase é “Uma mentira dita mil vezes torna-se verdade”, infelizmente, esta proposta absurda é tão presente e tão massiva que é fácil observarmos. É como aquele creme que juram de pé junto que emagrece, quando na verdade, o que tem junto é uma grande mentira veiculada à uma grande propaganda. Aliás, estrutura esta muito utilizada nos meios de comunicação, de forma que ludibriam a razão daquele que está envolvido com o que está a ser propagandeado. 

Todavia, da mesma forma que há uma ascensão dos slogans propagandeados, os mesmos tendem a solapar sua própria proposta, uma vez que não há sustentação fidedigna que corroborem o bradar em plenos pulmões de tal coisa. Não sei se estamos ficando cegos ao óbvio ou se nosso cérebro é de assim tão manipulável a ponto de não conseguirmos discernir as presunções escondidas nas entrelinhas dos discursos falaciosos. Ou ainda, será que as consciências destes falastrões permanecem tranquilas quando se encontram em seu leito de repouso? Em todo caso, não vislumbro valores morais que estejam alinhados a quem utiliza da fragilidade do povo para enaltecer a si mesmo ou para propagandear mentiras mil.

Autor

Eduardo Benetti
Professor Recreacionista em Catanduva