Pressão sobre os professores
O recente endurecimento das regras pelo Governo do Estado para conter as faltas injustificadas de professores levanta debate complexo sobre as causas e consequências dessa realidade no sistema educacional. As ausências frequentes dos docentes impactam diretamente a qualidade do ensino, prejudicando o aprendizado dos alunos e sobrecarregando os demais profissionais da escola. Entre as causas, destacam-se as condições de trabalho precárias, a falta de valorização da carreira, o estresse e o esgotamento profissional, além de problemas de saúde física e mental. É fundamental que as políticas públicas abordem essas questões de forma abrangente, buscando soluções que promovam o bem-estar e a motivação dos professores – e não apenas buscando punir. As consequências das faltas dos professores vão além da sala de aula. A descontinuidade do ensino dificulta o acompanhamento curricular, aumenta a defasagem escolar e compromete o desenvolvimento integral dos alunos. Além disso, a falta de professores pode gerar clima de instabilidade e insegurança na escola, afetando o desempenho dos demais profissionais e a relação com a comunidade. É preciso que as medidas adotadas para conter as faltas sejam acompanhadas de ações que valorizem a carreira docente, ofereçam suporte pedagógico e psicológico aos professores e incentivem a participação e o diálogo entre a escola, a família e a sociedade. O endurecimento das regras para conter as faltas de professores pode ser uma medida paliativa, mas não resolve o problema em sua essência. Ao contrário, pode ser que o governo esteja direcionando seus esforços para as consequências do problema e não para sua causa. É preciso investir em políticas públicas que promovam a valorização da carreira docente, a melhoria das condições de trabalho e o fortalecimento da saúde física e mental dos professores. Somente assim será possível, junto a outras medidas e investimentos, garantir ensino de qualidade para todos os alunos e construir uma escola mais digna e promissora.
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