Predador: Terras Selvagens
Predador: Terras Selvagens, em exibição desde a semana passado nos cinemas, em Catanduva, no Grupo Cine, no Shopping, expande o universo da franquia que começou em 1987, com Arnold Schwarzenegger. Continuou em 1990, com Predador 2 – A Caçada Continua, sem o “Governator” e os esquecíveis Predadores (2010), O Predador (2018) e Predador: A Caçada (2022). Fora se contarmos quando fez tabelinha com outro monstro icônico do cinema em Alien vs Predador (2004) e Alien vs Predador 2 (2007).
Predador Terras Selvagens estreiou com a missão de revitalizar uma das criaturas mais conhecidas do cinema de ação e ficção. O filme aposta em um retorno ao clima de sobrevivência que marcou o primeiro longa da série, privilegiando a ambientação e o suspense em vez de grandes demonstrações de força tecnológica.
O novo filme é dirigido por Dan Trachtenberg e traz Elle Fanning e Dimitrius Schuster-Koloamatangi nos papéis centrais.
Situado num planeta remoto e inóspito, o longa acompanha a jornada de um jovem Predador rejeitado pelo seu clã que, ao buscar provar seu valor, acaba formando uma aliança improvável com uma sintética chamada Thia (Elle Fanning). A narrativa mistura ação e momentos de contemplação sci-fi, alternando sequências de caça com cenas que exploram laços inesperados entre caçador e aliada.
Elle Fanning, mesmo uma “sintética”, uma criatura artificial, traz humanidade e uma fragilidade calculada que contrasta com a brutalidade do universo. Dimitrius Schuster-Koloamatangi dá vida ao jovem Predador com presença física e expressiva, traduzindo pelo movimento e pela construção de personagem muito do que o roteiro sugere sem dizer em palavras. As escolhas de elenco reforçam a aposta do filme em humanizar o monstro sem diluir sua natureza ameaçadora. Por outro lado, também foi alvo de críticas, de que o monstro foi “disneyzado”, seja lá isso o que for, além do fato de que o estúdio se tornou dono da franquia, assim como Aliens, que se tornou série no streamng.
Este é o segundo filme da franquia que não se passa na Terra em nenhum momento, ampliando o escopo da mitologia dos predadores. A linguagem Yautja dos predadores foi totalmente desenvolvida por um especialista, o mesmo que criou a língua dos Na’vi em Avatar. Em uma cena, é possível ver como troféu o crânio de um alienígena de “Independence Day” (1996), um easter egg que conecta universos da ficção científica.
Predador: Terras Selvagens não representa uma ruptura completa com a fórmula da franquia, mas sinaliza uma mudança de postura. Ao valorizar atmosfera e tensão acima do espetáculo, o longa aponta um caminho mais contido e sensorial. Pode não ser a reinvenção definitiva, mas entrega momentos suficientes de intensidade para justificar seu lugar na série.
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