Pobreza se intensifica

O Brasil, conhecido como país desigual socialmente, a pobreza tem aumentado e continua aumentando por duas razões: o crescimento demográfico, que tem sido maior nas camadas sociais que nas camadas ricas e o crescimento desproporcional junto à classe de baixa renda, a que mais sofre com as dificuldades de sustentação da família.

Os nove estados que ainda tiveram taxas de pobreza acima de 50%, mesmo com a redução frente a 2.021, foram os seguintes: Maranhão (58,9%), Amazonas (56,7%), Alagoas (56,2%), Paraíba (54,6%), Ceará (53,4%), Pernambuco (53,2%), Acre (52,9%), Bahia (51,6%) e Piauí (50,4%).

A pobreza brasileira também tem cor e gênero, tanto é que 62,8% das pessoas que viviam em domicílios chefiados por mulheres sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos estavam abaixo da linha de pobreza. Além disso, a proporção de negros e pardos abaixo da linha de pobreza foi de 37,7%, portanto, um número considerável em que se encontra a situação de pobreza em nosso país.

Para 2.023, o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, projeta redução das taxas de pobreza e extrema pobreza no Brasil. Um dos fatores que devem pesar neste ano, segundo ele, é a manutenção das transferências de renda por meio de iniciativas como o Bolsa Família.

Na teoria, a intenção de Lira não deixa de ser louvável, porém, na prática, há de se esperar os efeitos positivos para amenizar os problemas focados no campo da extrema pobreza.

O número de pessoas vivendo em situação de extrema pobreza aumentou 48% na comparação com o ano anterior. Isso significa que 5,8 milhões de pessoas passaram a viver, notadamente nos estados nordestinos, com uma renda mensal per capita de um pouco mais de R$ 368,00 mensais, constituindo-se numa situação difícil a um chefe de família conduzi-la e o próprio sustento.

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgados recentemente mostram ainda que o número de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza aumentou 22,7% no mesmo período, ou seja, mais de 11,6 milhões de brasileiros passaram a viver com R$ 586,00 mensais per capita, o que vem significar menos que um salário mínimo vigente no país.

Os dados sobre rendimentos também mostram disparidades per capita, sem que haja alguma política, visando alguma solução plausível, para que os menos favorecidos pela sorte tenham um lugarzinho ao Sol para a sobrevivência do dia a dia e dos dias futuros.

Necessário ressaltar que a pobreza no Brasil é um fato histórico nos últimos anos. Os dados do IBGE apontam que em 2.021 cerca de 62,5 milhões de brasileiros eram considerados pobres. Entretanto, as causas da pobreza no país envolvem fatores históricos, políticos e econômicos.

As regiões com o maior número de pobres no Brasil se localizam no Norte e Nordeste. São exemplos de consequências da pobreza, além do aumento da violência e da vulnerabilidade social que crescem a todo vapor, justamente pela disparidade de rendimentos na comparação com os mais privilegiados de toda a nação.

A pobreza é reconhecida como um conceito que envolve quantitativas e qualitativas que refletem a falta de acesso a serviços básicos para a população de baixa renda e que vem sofrendo há vários anos com a falta de meios para uma sobrevivência digna e humana dentro desse contexto geral.

Autor

Alessio Canonice
Ibiraense nascido em 30 de abril de 1940, iniciou a carreira como bancário da extinta Cooperativa de Crédito Popular de Catanduva, que tinha sede na rua Alagoas, entre ruas Brasil e Pará. Em 1968, com a incorporação da cooperativa pelo Banco Itaú, tornou-se funcionário da instituição até se aposentar em 1988, na cidade de Rio Claro-SP, onde reside até hoje.