Pobreza menstrual

Garantir a dignidade menstrual de meninas e adolescentes de baixa renda é uma obrigação. O tema ganhou luz recentemente, mas o problema certamente sempre existiu. Em enquete realizada pelo Unicef com pessoas que menstruam, 62% afirmaram que já deixaram de ir à escola ou a algum outro lugar de que gostam por causa da menstruação, e 73% sentiram constrangimento nesses ambientes. Muitas vezes, as meninas menstruadas acabam se utilizando de recursos não higiênicos, torando a questão um problema de saúde pública. Diversos estados e municípios brasileiros possuem projetos de lei que buscam garantir o acesso de pessoas que menstruam a itens de higiene, como absorventes. Em Catanduva, a vereadora Taise Braz já propôs iniciativa semelhante, mas o projeto acabou barrado pelo Executivo. A menstruação não deve ser motivo de vergonha, mas o sofrimento vivenciado por muitas garotas e mulheres com relação a isso deveria envergonhar autoridades que teriam agir contra esse problema. O tema, aliás, também precisa ser abordado com pessoas que não menstruam, envolvendo homens e meninos na remoção de barreiras sociais e culturais. É preciso falar sobre a importância menstrual, processo natural do corpo, e também sobre a pobreza menstrual, que diz respeito ao aspecto social e de saúde pública – que precisa ser imediatamente tratada.

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Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.