Planeta dos macacos: O reinado

A série Planeta dos Macacos é uma das mais longevas e bem sucedidas do cinema internacional, desde seu primeiro filme, o clássico de Franklin J. Schaffner, estrelado por Charlton Heston (1968). A prova disso é a continuação da nova série, Planeta dos Macacos: o Reinado, em exibição esta semana no CineX, em Catanduva.

A nova trama se passa muitas décadas depois da morte de Cesar, o macaco que criou as leis e condutas do domínio símio sobre o planeta. Numa floresta desconhecida, o Clã dos Falcões vive em paz, até que invadidos pelos Mascarados, uma tribo de macacos que deturpa os ensinamentos de Cesar e se impõe pela violência, levando escravizado o povo.

Com um sugestivo nome bíblico, o adolescente Noah (Owen Teague), junto com Anaya (Travis Jeffrey) e Soona (Lydia Peckman), entravam na vida adulta num perigoso ritual em busca de ovos de falcões nas montanhas, quando há o ataque dos Mascarados.

Tido como morto, Noah descobre a aldeia destruída e vazia. Ele parte a cavalo no encalço deles, mas em seu caminho aparece uma humana, Mae (Freya Allan), que se distingue dos demais de sua espécie, hoje reduzidos a um estado semisselvagem, além do sábio orangotango Raka (Peter Macon) que o ajudam em sua jornada. Raka se torna uma espécie de mentor de Noah dos ensinamentos de Cesar, enquanto a humana guarda segredos que serão determinantes para o futuro do planeta dos macacos. Aliás, ligando-se ao primeiro filme, Mae é nomeada por Raka como Nova.   

Planeta dos macacos: O Reinado retoma alguns temas, cenas e até acordes da trilha sonora original do primeiro filme de 1968. Dirigido por Wes Ball, ele praticamente dá início a uma nova trilogia de filmes, com novos personagens, enquanto a primeira, iniciada em 2010, tinha como centro a figura carismática de Cesar (Andy Serkis), que entrou para a história dos macacos como seu líder, herói, legislador e messias.  

O filme reconta o que houve com os macacos após a morte do líder: grupos se espalharam por todo um planeta que voltou a ser selvagem e verde, sem a presença tão ostensiva dos humanos, reduzidos a pequenos bandos animalescos, e sua tecnologia perdida.

Finalmente, eles encontram a tribo dos Mascarados, numa cidade erguida junto a um antigo silo humano lacrado por pesadas portas de metal. O lugar é governado de forma violenta pelos gorilas de um rei, que se intitula Proximus Cesar (Kevin Durand). Ele tem aprisionado um humano, Trevathan (William H. Macey), capaz não só de falar, como Mae, como de ler as histórias de uma enorme biblioteca deixada para trás pelos antigos donos da Terra, de onde o novo Cesar tira as ideias para a construção de um império romano dos símios e quer usar a humana e seus amigos para entrar no silo para obter a tecnologia humana de dominar o planeta dos macacos.  .

O filme se liga ao primeiro Planeta dos Macacos, baseado no livro do francês Pierre Boulle, onde tudo começou. Embora as tramas, tanto do livro quanto dos filmes sejam diferentes entre si, o foco delas é o conflito em torno dos humanos em um planeta dominado por macacos.

Autor

Sid Castro
É escritor e colunista de O Regional.