Pessoas com deficiência

A justiça social pode ser compreendida como o bem-estar para todos. Assim, quem quer que seja, como quer que esteja, quaisquer que sejam as suas condições pessoais, todo indivíduo humano tem direito à dignidade, ao bem-estar. Isso implica a necessidade de compreender e respeitar a ideia da diversidade, ou seja, de aceitar as pessoas como elas são. Ser humano é o que basta para merecer respeito. E ponto. 

Assim, as diferenças de opiniões, crenças, valores, etnias, habilidades, conhecimentos, orientação sexual, capacidades, são simplesmente irrelevantes para a aquisição e exercício de direitos. Ocorre, todavia que sociedade humana por vezes ainda alimenta atitudes discriminatórias em relação a pessoas que apresentam condições ou qualidades diferentes do que possa ser interpretado como um “padrão desejável”. 

E esse é um ponto fundamental: o ser humano não é naturalmente padronizado. Ao contrário. A diversidade é uma condição inerente à natureza humana, e embora haja eventuais manifestações majoritárias, isso não significa que as expressões minoritárias sejam menos importantes. Por exemplo: numa nação de crentes, os céticos devem ser profundamente respeitados; numa sociedade de maioria heterossexual, a homossexualidade deve ser compreendida como expressão natural e saudável. E assim por diante em relação a quaisquer minorias. 

Não é diferente em relação ao tema das pessoas com deficiência. São aquelas que têm impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial que, em interação com outras barreiras, podem ter obstruída a sua participação plena e efetiva na sociedade. É da natureza da condição humana que haja pessoas com esses impedimentos, e isso de modo algum pode interferir na dignidade delas. Ao contrário: a sociedade como um todo – e o Estado em particular – tem o dever ético de adotar as medidas necessárias para a garantia do bem-estar das pessoas em geral, e em particular daquelas com deficiência. 

Atenta a esse dever, a ARCOS – Associação e Rede de Cooperação Social – fará realizar de 15 a 20 de agosto deste ano a Semana da Pessoa com Deficiência, em que teremos a excelente oportunidade de aprender sobre essa temática tão relevante. Esse grande evento contará com várias parcerias (entre elas com a Fundação Padre Albino), e com a participação de organizações sociais filiadas à ARCOS, como APAE Catanduva, APAE Palmares, Corujas do Bem e IDVC, e com a relevante colaboração do Professor Francisco R. Neto. 

Em breve mais detalhes serão divulgados. Mas podemos dizer que a cada dia fica mais fácil acreditar e se comprometer com a proposta do Prefeito Padre Osvaldo, de tornar Catanduva a Capital Nacional do Terceiro Setor. Sim. Muitas coisas socialmente relevantes estão sendo planejadas e concretizadas a partir da nossa cidade, e abrangendo toda a região, sempre em consonância com o ideal de promoção do bem, especialmente para as que mais precisam. 

Todos estão convidados a participar ativamente dessa construção de uma sociedade melhor para todos.

Autor

Wagner Ramos de Quadros
Juiz do Trabalho e diretor de Relações Institucionais da Arcos.