O levantamento divulgado por O Regional no domingo mostra Catanduva na 25ª posição no Estado de São Paulo e 54ª no país no Ranking de Competitividade dos Municípios. O estudo tem como foco a gestão pública: é uma ferramenta que visa apoiar os líderes públicos nas tomadas de decisão, de forma que possam fomentar boas práticas rumo ao desenvolvimento sustentável. Para os organizadores da pesquisa, trata-se de uma “competição positiva entre os municípios”, entendida como a busca dos agentes no município por melhorar o fornecimento de serviços públicos, atrair empresas, trabalhadores e estudantes para ali viverem e se desenvolverem. O que de mais importante se tira disso é que os números por si só não dizem nada, o que vale mesmo é aferir se o que os dados indicam está sendo percebido na prática pela comunidade, se tudo isso é real. Recentemente, aliás, Catanduva tem se destacado em outros estudos e pesquisas e tais resultados vem sendo utilizados inclusive pela atual gestão pública como “prova” da qualidade. Os adversários, por outro lado, contestam e ironizam alguns pontos. O problema é que se o discurso cair no vazio, no sentido de os dados mostrarem uma realidade que não existe, todo mundo perde a credibilidade nessa história, sobretudo a própria pesquisa e a atual administração, que tem enaltecido tais resultados. Pois, a bem da verdade, nada adianta a cidade ser a primeira colocada em determinado levantamento se quando o cidadão coloca o pé para fora de casa ele não consegue constatar aquela realidade, se fica com a sensação de que é conversa. No caso do Ranking de Competitividade, fica mais difícil ainda entender se o resultado é positivo, já que há 24 municípios mais competitivos que Catanduva, por mais difícil que seja decifrar a que tipo de competitividade o estudo se refere, sendo o sentido bastante amplo. Talvez o melhor a fazer, sobretudo em período eleitoral, é esquecer os números e olhar para a cidade e analisar, com seu próprio olhar e sua visão de mundo, se ela está bem cuidada e prosperando.