Pesando no bolso
Quando falamos do peso do material escolar, não nos referimos ao que a mochila exerce nas costas da criançada, ainda que este muitas vezes também seja excessivo. A questão é o peso que recai sobre o bolso das famílias que têm filhos em idade escolar e precisam requebrar para dar conta de toda a lista que é solicitada no início do ano. Na rede pública, muitas cidades passaram a ofertar o uniforme e muitas vezes o kit escolar como foram de auxiliar pais e mães que, não raramente, não têm condições de suprir todos os itens que são necessários para as atividades em sala de aula. Já na rede privada esse benefício não existe e, além de arcar com a matrícula e mensalidades, os responsáveis pelos alunos ainda assumem uniformes, material apostilado e todo o restante que é solicitado. Para piorar, tudo isso vem no início do ano, junto ao IPVA e ao IPTU, por exemplo, causando preocupação em quem tenta planilhar as despesas domésticas para tentar, de algum modo, ficar no azul. Uma ideia lançada ao vento seria que a tal lista de material fosse dividida ao menos entre os dois semestres letivos – para não dizer por bimestre. Seria uma solução razoável e que poderia ser bem vista pelas famílias. Enquanto isso não acontece, resta pesquisar valores presencial e virtualmente, e também reaproveitar materiais que estejam em bom estado de conservação e possam ser utilizados mais um ano, como estojos e mochilas – que até costumam estar entre os mais caros da lista. Para a criançada, resta cuidar de cada item com zelo e, claro, aproveitar essa que é a melhor fase da vida, marcada por aprendizado a cada dia e sem preocupação com o preço das coisas, com os boletos que estão para chegar ou com a fatura do cartão de crédito. Deixem isso para quem já foi criança um dia.
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