Permanece o racismo

Conforme é do conhecimento de todos que tiveram acesso aos noticiários da televisão, têm se pautado sobre o jogador Vinícius Júnior, vítima de racismo na Espanha, porém, com algumas providências e prisões de alguns torcedores por parte das autoridades espanholas, aqueles que não respeitaram a cor da pele do referido atleta, irão responder pelo ato cometido.

O senador Paulo Paim (PT-RS) lamentou em pronunciamento nesta segunda-feira, dia 22, caso de racismo contra o jogador Vinícius Júnior do Real Madri. Os atos ocorreram na Espanha, no último domingo, dia 21, durante a partida do campeonato espanhol em violência por torcedores rivais.

Há de se ressaltar nesta oportunidade que o Brasil, em sua grande parte, é constituído por pessoas negras e mestiças, que possuem uma imensa diversidade étnica e cultural. Dessa forma, desde a colonização, o país recebe milhares de imigrantes, citando como exemplo os haitianos que aqui chegaram e permanecem até hoje.

O racismo no Brasil é um problema histórico, social e está presente não apenas no preconceito de cor em si, mas nas relações hierárquicas de gênero e econômicas. Assim, o racismo sobreviveu desde aquele período colonial até os dias presentes.

A desigualdade social tem cor, infelizmente. Muitas das vítimas hoje de preconceito racial sofrem todos os dias em quaisquer situações, na rua, nas escolas, no trabalho e nas relações sociais, de forma camuflada, mas se faz presente, perpetuando-se pelos anos afora em toda a sua extensão.

A análise das consequências e traumas causados pelo preconceito possibilitaram aos psicólogos promover procedimentos para atender casos de racismo e saúde mental, principalmente nas questões que envolvem sua autoestima.

No caso específico das mulheres negras, além do racismo, elas ainda sofrem por conta do machismo. Essa desigualdade social entre as mulheres negras ocorre pela estrutura social em que se exerce sobre a figura da mulher, dada a sua condição relacionada ao próprio racismo.

A história social do negro e da negra no Brasil reafirma que o preconceito racial ainda é naturalizado desde a época da colonização. Nos estudos de psicologia para os casos de racismo e saúde mental, a intolerância e preconceito em relação ao negro é visto como condição estrutural. Em nossa sociedade toda pessoa nessas condições é caracterizada em mídia como sendo menos inteligente, menor valor estético e minimizada em questões morais.

O racismo começa na infância, no ambiente escolar, mormente onde é muito comum ações discriminatórias pelos colegas de cor branca. Com o passar dos anos, os jovens negros vão sofrendo o mesmo tipo de situação de discriminação nos vários ambientes, nos grupos sociais, no trabalho e em outras repartições importantes.

Todos esses fatores causam profundos impactos mentais na vida dessas pessoas e que se tornam vítimas de rejeição quando procuram empregos nas grandes empresas brasileiras, justamente devido à cor da pele de cada uma, porém, aos poucos, essa questão está sendo amenizada e que venha a se tornar uma realidade das mais autênticas.

O racismo está na origem das desigualdades sociais no Brasil. Combatê-lo é uma das formas, no sentido de quebrar o ciclo histórico de violências acometidas contra a população negra. Esta é a luta que move o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades.

Juntos, podemos construir uma sociedade igualitária que valorize e promova a igualdade entre todos que habitam o Brasil e o próprio universo em todas as dimensões e que venham a se tornar realidade.

Autor

Alessio Canonice
Ibiraense nascido em 30 de abril de 1940, iniciou a carreira como bancário da extinta Cooperativa de Crédito Popular de Catanduva, que tinha sede na rua Alagoas, entre ruas Brasil e Pará. Em 1968, com a incorporação da cooperativa pelo Banco Itaú, tornou-se funcionário da instituição até se aposentar em 1988, na cidade de Rio Claro-SP, onde reside até hoje.