Perdão e Saúde Mental

O perdão tem sido estudado por pesquisadores que demonstram seu poder após ser magoado por alguém. Essa prática alivia traumas psicológicos, reduz o estresse, melhora sintomas físicos e capacita o indivíduo a tornar-se herói de suas circunstâncias, não vítima.

Ao perdoar não apagamos os eventos passados, mas retiramos sua importância, permitindo encontrar paz e seguir adiante. Embora a mágoa seja normal, torna-se prejudicial quando retida. O perdão não impede buscar reparação justa, mas encoraja a fazê-lo sem rancor.

Um equívoco comum é confundir perdão com reconciliação. Reconciliar-se significa decidir se continua ou não a interagir com quem nos magoou, enquanto perdoar implica deixar para trás a raiva e o desespero, não necessariamente retomando a relação.

O perdão não é condescendência, aceitação passiva ou esquecimento. Lembrar é crucial para aprender com o passado, protegendo-nos de repetir situações dolorosas. A raiva também não é negada; pelo contrário, é canalizada de maneira produtiva. Perdoar não é aceitar o mau comportamento, mas sim uma escolha que beneficia o ofendido, não o ofensor.

Aprender a perdoar é algo que traz empoderamento e eleva em todas as esferas do ser. É importante ter em mente que esta não é uma habilidade inata nem imediata, mas pode ser aprimorada.

Autor

Ivete Marques de Oliveira
Psicóloga clínica, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Famerp