Pequenos Heróis
Eles têm olhos imensos, daqueles que nos consomem quando as luzes se apagam. Crianças e jovens que vivem em abrigos e nas ruas costumam ter o sorriso tímido – e ao mesmo tempo agressivo – daqueles que já sentiram muito medo.
Vítimas do abandono, eles são a mistura ideal de fragilidade e coragem que encantou autores de todos os lugares e épocas. A infância e a juventude são o terreno maravilhoso onde a imaginação pode nos resgatar.
Nos livros e nas telas, torcemos pelos pequenos heróis. Seja pelo senso de justiça do feiticeiro Harry Potter, pela liberdade de Huckleberry Finn ou pela pureza do Pequeno Príncipe, nós sempre nos emocionamos.
Na televisão, o abandono é tema certo nas novelas. O desencontro, as injustiças. As minisséries de época retratam o drama das “rodas dos expostos” (onde os bebês eram deixados na calada da noite); as mais atuais, a violência doméstica.
Porém, no “mundo real” estes jovens heróis precisam de uma “força real” para sobreviver às “aventuras” do cotidiano.
Quase sempre, a realidade é bem mais dramática que a ficção. Todos os dias, muitas crianças e adolescentes têm seus direitos violados no Brasil. Toda vez que o Fórum recebe uma denúncia, eles são encaminhados para um abrigo.
E surge, nos abrigos, o sonho de ter uma nova família através da adoção. E é aí que você, amigo leitor, pode fazer parte desta história. A nova cultura da adoção pode ajudá-lo a construir um final feliz de verdade. Sem mitos, sem preconceitos.
Com trechos da grande reportagem 'Adoção: Realidade Encoberta', de 2006, produzida por mim e mais três jornalistas – Danielle Castro, Lígia Sotratti e Luis Fabiano Lopes –, voto pela adoção. E pelos olhos imensos, cheios de luz.
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