PENEIRA FINA – 31/07/2022
Manifestação das professoras
Foi realizado, na manhã deste sábado, o ato das professoras da rede municipal, em protesto contra o modo como a prefeitura realiza o cálculo do piso nacional do magistério, somando a gratificação do Fundeb como parte do salário, situação que, segundo as representantes do movimento, ocasiona perdas individuais de, em média, R$ 500 ao mês. A manifestação reuniu centenas de profissionais, que vestidas de preto, fizeram duras críticas ao governo de Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB).
Um pequeno esclarecimento
Antes de seguir com o relato sobre a manifestação, que foi o principal acontecimento político desta semana na cidade, convém fazer uma explicação. Alguém poderá questionar a razão de aqui ser usado o feminino “professoras” para se referir ao conjunto das pessoas que participaram do ato de ontem. Simples: as mulheres representavam mais de 90% do total de presentes à mobilização.
Vereadores
Apenas dois vereadores marcaram presença no ato: Gleison Begalli (PDT) e Taise Braz (PT). O presidente da Câmara explicou que, mesmo sendo favorável à ideia do prefeito de promover a reestruturação do serviço público municipal, valorizando os cargos de menor salário, entende que o magistério tem especificidades, que precisam ser respeitadas. Taise, por sua vez, fez um discurso duro, com críticas ao prefeito e também à estratégia adotada pelos apoiadores do governo, de tentar jogar os servidores uns contra os outros. Nesta semana, a parlamentar soltou uma nota nas redes sociais, afirmando que estaria sendo alvo de fake news, por conta de seu apoio à mobilização das professoras.
Sem diálogo
O secretário-geral da Apeoesp, Leandro Alves de Oliveira, esteve à frente do ato e fez duros ataques ao prefeito Padre Osvaldo. Antes de a manifestação iniciar a marcha pela rua Brasil em direção à prefeitura, o sindicalista afirmou que havia recebido um recado da Guarda Municipal de que o Padre Osvaldo se recusaria a dialogar com a categoria, caso as professoras insistissem em realizar a manifestação. Leandro puxou então uma vaia para o prefeito.
Levou pelo lado pessoal
Como não havia nenhum representante do governo no ato, não temos como fazer um tira-teima da acusação trazida pelo sindicalista. Mas existem indícios fortes de que a queda de braço com o magistério tornou-se uma questão pessoal para Padre Osvaldo. Isso ficou muito evidente durante a audiência pública realizada na semana retrasada, em que ele veio cobrar gratidão das servidoras. Não disse bem em relação a que elas deveriam ser gratas - se pelo pagamento do dissídio ou por propor um reajuste de salário que sequer cobre as perdas dos últimos três anos em que funcionários públicos ficaram sem aumento. Ao que tudo indica, o sacerdote prefeito espera que as pessoas passem o resto da vida tecendo louvores a ele, por ter entregue a elas algo que é apenas o direito de quem trabalha.
Disputa sindical
O ato de ontem evidenciou uma disputa antiga da Apeoesp e do Simcat pela influência sobre o magistério da rede municipal de ensino. Oficialmente, a categoria integra a base do sindicato dos servidores municipais. Porém, quem tem de fato participado dessa mobilização das profissionais é a Apeoesp. O Simcat, que nutre ótimas relações com Padre Osvaldo, mantém silêncio sobre as reivindicações das professoras, como se o fato de elas perderem R$ 500 ao mês, em média, não dissesse respeito à entidade. Convém lembrar que o magistério representa uma das maiores categorias dentro do conjunto dos servidores municipais de Catanduva.
Voando alto
O ex-vereador Julinho Ramos, que hoje ocupa a secretaria Geral de Administração da Alesp, está voando alto e conquistando importantes espaços na carreira. Na semana retrasada, ele foi nomeado auditor suplente do Tribunal de Justiça Desportiva do Estado de São Paulo. O órgão é responsável por discutir e aplicar, em nível estadual, a legislação esportiva. Entre as atribuições está a definição das normas para formação e fiscalização do futebol paulista.
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