PENEIRA FINA – 30.12.22

Goleada por 11 a 1 garante ano bom para secretários de Padre Osvaldo

Os secretários, gestores e o comandante da Guarda Civil Municipal do governo de Padre Osvaldo de Oliveira Rosa (PSDB) estão com o ano bom garantido. Isto porque foi aprovado, em sessão extraordinária realizada ontem à tarde, o projeto de lei complementar que autoriza o pagamento de verbas indenizatórias ao alto escalão da prefeitura. A proposta passou com uma goleada por 11 a 1.

Discordou

Dos 12 vereadores presentes ao plenário, apenas Taise Braz (PT) posicionou-se contra a proposta. Na avaliação da parlamentar, o benefício proposto pelo prefeito ao lato escalão representa uma injustiça com os demais servidores, que não terão direito a esse dinheiro extra.

Dado interessante

O projeto de lei utiliza o termo “verbas indenizatórias” para se referir ao dinheiro extra que será dado aos secretários. Isso cria a ideia errônea de que, para receber essa grana, eles teriam de comprovar que tiveram gastos com alimentação ou deslocamento, mediante a apresentação de notas ou outro tipo de prestação de contas. Mas não. Pelo texto elaborado pelo prefeito, basta que o secretário tenha os dias trabalhados, para que receba os R$ 100 diários, até o máximo de R$ 2,2 mil mensais. Como secretário é cargo de confiança e não bate cartão, estamos, na verdade, diante de um aumento de salário do secretariado.

Sugestão

Um leitor escreveu para a coluna sugerindo que, em vez de Padre Osvaldo dar R$ 70 diários para os secretários se alimentarem, eles poderiam fazer suas refeições no Restaurante Popular, que fica ao lado da prefeitura, serve uma comida de excelente qualidade e que custa apenas R$ 2 ao dia. Em um mês, eles gastariam apenas R$ 44, se essa ideia de nosso leitor fosse acatada.

Dúvida

Na justificativa do projeto, Padre Osvaldo argumenta que secretários fazem jus a esses R$ 70 diários para alimentação pelo fato de, muitas vezes, precisarem participar de reuniões e compromissos que ocorrem no horário das refeições. Fica a dúvida: e os demais servidores que participam dessas reuniões e compromissos? Ora: muitas das reuniões feitas pelos secretários contam com a participação de suas equipes, de trabalhadores que ficam sem almoço e jantar ou que precisam chegar tarde em casa. Nesse caso, quem pagará pela comida dessas pessoas?

Vale lembrar

Meses atrás, Padre Osvaldo tentou manobra jurídica para elevar seu próprio salário e o do alto escalão, mas a medida acabou sendo barrada pela Justiça. Vereadores que se posicionaram a favor da proposta argumentam que o salário do secretariado, que hoje está pouco acima dos R$ 7 mil, estaria defasado. Isto porque, se você excluir os descontos com previdência, imposto de renda e demais encargos, o valor líquido cai para pouco mais de R$ 5,5 mil. Isto pode parecer muito, quando tomamos por base uma função em que o trabalhador recebe o salário mínimo. Mas será que é suficiente para atrair profissionais qualificados para atuarem na gestão pública? Eis a questão.

Elogiou

Antes de discutir o projeto que criou as verbas indenizatórias para os secretários, Marquinhos Ferreira (PT) elogiou o presidente da Câmara Municipal, Gleison Begalli (PDT), pela devolução de parte do duodécimo do Legislativo para o Executivo. "Parabéns. Você cumpriu seu papel de cuidar bem do dinheiro público”, afirmou o futuro mandatário da Casa, dirigindo-se ao atual.

Vídeo

Mais tarde, foi publicado nas redes da Câmara um vídeo em que Gleison aparece ao lado de Ivan Bernardi (PRTB), comentando a respeito da devolução dos R$ 10 milhões ao Executivo.

Luto

“Meu nome é Ronald Reagan, sou o presidente dos Estados Unidos da América. Mas você não precisa se apresentar, porque todo mundo sabe quem é Pelé”. Esta frase foi dita nos anos 80, pelo então presidente dos EUA, Ronald Reagan. Ela dá uma pequena dimensão do que representou Pelé para o esporte mundial. O Rei do Futebol faleceu ontem, aos 82 anos de idade.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.