PENEIRA FINA – 30/06/2022
Sessão começou descontraída...
Depois de algumas reuniões mais amenas, marcadas por homenagens e afagos mútuos entre vereadores, a sessão da última terça-feira da Câmara Municipal de Catanduva registrou momentos de tensão. Tudo corria tranquilamente no plenário. Os vereadores acabavam de recepcionar o major Costa Junior, da PM, que, a convite de Alan Automóveis (PP), utilizou a tribuna para comentar sobre a importância de o município contar com um local apropriado para comemorações de torcedores, quando seus respectivos times fossem campeões (no caso, o Parque dos Ipês).
Bancada Palmeirense
A destinação de um local específico para comemorações de torcedores em Catanduva é o objeto de projeto de lei protocolado por Alan. Após a fala do major, o ambiente estava tão descontraído que Maurício Riva (PDT) aproveitou para arriscar uma piada, dizendo que o Parque dos Ipês deveria ter seu nome mudado para Parque Palestra Itália. A “proposta” ganhou pronto apoio da Bancada Palmeirense no Legislativo.
Professores
Assim que o major deixou a tribuna, porém, Ivan Bernardi (PRTB) resolveu apresentar requerimento verbal, nos mesmos moldes utilizados por Alan minutos antes, e convidar seu colega de partido, o suplente de vereador e professor Djalma Monteiro, a utilizar a tribuna para tratar da polêmica do piso salarial. O presidente Gleison Begalli mal teve tempo de responder a Ivan e foi prontamente interrompido por Marquinhos Ferreira (PT), que questionou o pedido de Ivan.
Orador recusado
Inicialmente, Marquinhos argumentou que requerimentos deveriam ser submetidos a voto. Com calma, Gleison lembrou que, minutos antes, o major havia utilizado da tribuna e não havia sido necessária nenhuma formalidade. O petista, então, alegou que o caso do Professor Djalma seria uma exceção, já que ele seria um político.
Troca de representante
Gleison ainda tentou chamar Marquinhos para uma conversa à parte, juntamente de Ivan. Porém, o petista manteve-se irredutível e pediu para discutir o requerimento. Gleison teve a difícil missão de explicar para o plenário repleto de professoras da rede municipal que, diante do pedido do edil, o requerimento de Ivan teria de ser analisado pelo Jurídico e a Comissão de Constituição de Justiça, podendo retornar só em outra sessão. Os ânimos se exaltaram e o presidente resolveu propor uma saída, que consistiria na troca de orador.
Plateia agitada, mas comportada
Gleison, Marquinhos e Ivan deixaram o plenário, instante em que as professoras começaram a se manifestar. César Patrick (Republicanos), que assumiu momentaneamente a presidência da Mesa, foi obrigado a pedir que a plateia fizesse silêncio, em respeito ao Regimento Interno. A proposta de Gleison foi acatada e Professor Djalma acabou sendo substituído por duas professoras, chamadas Talita e Gislaine.
Troca de farpas
A tensão prosseguiu, com direito a vaias e trocas de farpas das professoras com o vereador petista. A polêmica em torno do piso consiste na forma do cálculo que vem sendo feita na cidade. O governo municipal e parte de sua base consideram que o abono e o Fundeb devem fazer parte da soma do piso nacional do magistério, reajustado neste ano por lei federal. Já as professoras desejam que esses benefícios sejam considerados à parte, situação que resultaria em uma renda mensal maior para elas.
Macchione e o Plano Diretor
Afonso Macchione Neto entrou em contato para questionar nota publicada ontem na Peneira Fina, relativa à tentativa de mudança do Plano Diretor ocorrida em seu último governo. O ponto contestado pelo ex-prefeito é aquele em que afirmamos que as alterações aprovadas na ocasião foram barradas pela Justiça. Segundo ele, não houve nenhuma ação específica contra a Prefeitura na época, por conta do Plano Diretor. De fato, não houve Adin ou algo do tipo. Mas todo aquele processo de mudança foi questionado pelo Ministério Público, na ação que resultou no bloqueio das contas da Associação Bom Pastor. Tanto que a inclusão do Residencial Esperança no perímetro urbano não ocorreu e o governo de Padre Osvaldo tenta agora passar essa alteração legal na proposta que vem sendo debatida em audiência pública.
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