PENEIRA FINA - 28.10.22

Já dizia o ditado...

A sabedoria popular afirma que “muito ajuda quem não atrapalha”. No caso da campanha eleitoral em Catanduva, apesar do clima polarizado nacionalmente, tudo vinha correndo na maior tranquilidade, sem grandes embates. Até que o prefeito tucano Padre Osvaldo de Oliveira (ou alguém ligado a ele) resolveu fazer um panfleto pedindo voto a Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Jair Bolsonaro (PL). Até aí, tudo bem. A lei permite que isso seja feito, desde que algumas regras básicas sejam respeitadas. E não foi o que se viu por aqui.

Sem informações legais

O panfleto em que Padre Osvaldo pede voto em favor de Tarcísio e Bolsonaro não tem informações exigidas pela legislação eleitoral, como CNPJ da gráfica que rodou o material, tiragem e nem mesmo a identificação de quem pagou pelo serviço. Isso certamente não entrará nas prestações de contas. O grande problema é que existem outros grupos envolvidos nesta eleição. E um deles, o PT, resolveu fazer uma representação ao Ministério Público, denunciando as irregularidades - que, frise-se, parecem ser obra local, sem qualquer participação dos dois candidatos.

Desnecessário

O desgaste provocado por esse tipo de denúncia, que acaba afetando as campanhas dos candidatos que Padre Osvaldo supostamente apoia, é totalmente desnecessário. Isto porque Tarcísio de Bolsonaro já haviam sido os mais votados em Catanduva, mesmo com Padre Osvaldo fazendo campanha para adversários. Eles têm grandes chances de repetir a dose ou talvez até ampliar o desempenho, sem a necessidade de qualquer panfleto de apoio, ainda mais um que não cumpre requisitos básicos da legislação eleitoral.

Afoiteza

O que explica essa situação é a afoiteza do prefeito de tentar superar o episódio do vídeo em que aparece parabenizando Geraldo Alckmin, vice de Lula, após o primeiro turno desta eleição. Nesse tipo de situação, é muito comum a pessoa enfiar os pés pelas mãos. Ora, todo mundo tem o direito de agir de maneira atrapalhada. O problema é quando as consequências desses atos atingem terceiros. Será que Tarcísio e Bolsonaro ficarão satisfeitos em saber que foram envolvidos em uma polêmica judicial desnecessária, por seu mais novo “apoiador” em Catanduva?

Transporte de eleitores

Enquanto Padre Osvaldo continua se negando a oferecer transporte gratuito aos eleitores, em outras cidades, inclusive algumas governadas por prefeitos que apoiam Tarcísio de Freitas, esse serviço será disponibilizado aos eleitores. Caso de Rio Preto, governada por Edinho Araújo (MDB), e Ribeirão Preto, de Duarte Nogueira (PSDB). Em ambos os casos, os gestores reconheceram o impacto social que a medida poderá trazer, especialmente para as famílias de baixa renda.

São Paulo

Já na região metropolitana de São Paulo, o Ministério Público Estadual deu parecer favorável ao pedido de passe livre nos ônibus, trens e metrô, no dia da eleição. A Justiça acompanhou o entendimento e proferiu decisão obrigando o governador Rodrigo Garcia a oferecer o transporte aos eleitores.

Enquanto isso...

Em Catanduva, um pedido similar aguarda manifestação por parte da Superior Tribunal de Justiça (STJ). Isto porque a juíza da 2ª Vara Cível, Maria Clara Schimidt de Freitas, considerou que a matéria diz respeito à Justiça Eleitoral. A petição, apresentada pelo Diretório Municipal do PT, por parar em Brasília para dirimir conflito de competência. Ou seja: para definir quem decide se haverá ou não transporte gratuito para os eleitores de baixa renda. A se considerar o movimento que vem ocorrendo em outras cidades, podemos ter surpresas em breve.

Autor

Da Redação
Direto da redação do Jornal O Regional.